Boa Noite
Eva me chamaste
Fizeste das minhas costas o teu piano
Dos teus desenhos as minhas curvas
Da minha boca a tua maçã
Dos meus olhos o teu mar
Do meu mundo os teus braços
(...)
Fizeste das minhas costas o teu piano
Dos teus desenhos as minhas curvas
Da minha boca a tua maçã
Dos meus olhos o teu mar
Do meu mundo os teus braços
(...)
08 janeiro 2013
Ouço-te ciciar amo-te pela primeira vez, e na ténue luminosidade que se recolhe ao horizonte acaba o corpo.
Recolho o mel, guardo a alegria, e digo baixinho: Apaga as estrelas, vem dormir comigo no esplendor da noite do mundo que nos foge.
Al Berto
[anda, vem dormir comigo, deixa-me aninhar o meu corpo no horizonte longínquo do teu, mas deixa acesas as estrelas para que sempre saibas o caminho de volta aos meus olhos depois de fugires com o mundo que cala o amo-te da tua boca, e que o enterra nas estrelas que te devolvem ao sonho]
(...)
não some não, que eu desmundo
cada sítio do mundo onde
você estava ou está ou há-de estar, e comunico só do toque
que lhe ponho num mamilo,
no umbigo,
no clitóris,
na unha mindinha do pé esquerdo,
só porque tu estremece dos estudos de meus dedos exultantes,
não some nunca, fica morrendo de meu sopro,
ou dá luz como folha contada uma por cima de outra
(...)
Herberto Helder
[é muito raro ler alguma coisa deste autor que goste, que me faça sentido, e não ache que escreve apenas para se fazer sentido do que não tem sentido nenhum, à laia duma loucura que todos admiram sem ninguém saber muito bem porquê, ou eu pelo menos, eu não consigo perceber porquê. os poemas não me falam, perdem-se em labirintos de palavras de significados dispersos, longínquos, raramente me entendo com o que escreve. apanhei este poema, de que gostei, e aqui publico um trecho que me faz muito sentido, em que me transparece um sentido sentido. E para mim poesia tem de ser sentida, além do ritmo que nos embala, da fonética que nos envolve, tem de nos falar, tem de nos falar ao ouvido enquanto o coração se sussurra um sorriso.]
07 janeiro 2013
Apago todas as mensagens. Menos as tuas. Guardo a tua voz em pequenas doses e, dia sim dia não, ouço-as todas de seguida. Sinto-me demasiado incapaz para falar contigo o que quer que seja. Não sei onde estás. Não quero saber. Tenho medo de saber mais do que sei.
Uma dor de cada vez basta.
Pedro Paixão
[uma dor de cada vez, com tanta vez, há tanto tempo, já bastava, já. as tuas mensagens continuam no sítio, a tua voz ainda ecoa em vários sítios, e tenho cada vez mais medo de saber mais do que sei, ganhei medo das perguntas.]
Porque está sol, porque o espírito está sombrio, porque temos de aparvalhar...aqui vai.
Este mocinho apanhado não sei em que rede, mas não me importava nada de saber... onde andam estas coisas que nunca as vejo? bem sei que são muita areia para a minha camioneta, mas não me importo de fazer várias viagens!!!
Eu nem ando à pesca, mas um bicho destes vem sempre a calhar em qualquer rede vazia....
hum hum
oh sim!!
Bom Dia!!
06 janeiro 2013
Escreve-me! Ainda que seja só
Uma palavra, uma palavra apenas,
Suave como o teu nome e casta
Como um perfume casto d’açucenas!
Uma palavra, uma palavra apenas,
Suave como o teu nome e casta
Como um perfume casto d’açucenas!
Escreve-me! Há tanto, há tanto tempo
Que te não vejo, amor! Meu coração
Morreu já, e no mundo aos pobres mortos
Ninguém nega uma frase d’oração!
Que te não vejo, amor! Meu coração
Morreu já, e no mundo aos pobres mortos
Ninguém nega uma frase d’oração!
“Amo-te!” Cinco letras pequeninas,
Folhas leves e tenras de boninas,
Um poema d’amor e felicidade!
Folhas leves e tenras de boninas,
Um poema d’amor e felicidade!
Não queres mandar-me esta palavra apenas?
Olha, manda então… brandas… serenas…
Cinco pétalas roxas de saudade…
Olha, manda então… brandas… serenas…
Cinco pétalas roxas de saudade…
Florbela Espanca
[já não se escreve a ninguém, já ninguém escreve palavras apaixonadas, cartas de amores impossíveis, somente de palavras escritas possíveis, que a vontade tornaria em atitudes mais que possíveis, porque menos, perante tal força de amar, seria impossível. Já não há sequer amores possíveis, por isso as palavras tornaram-se impossíveis. Já ninguém escreve. Já ninguém escreve, especialmente, uma palavra apenas com tudo dentro. Já não há Amor, só amores passíveis de passar passivamente sem escavar a alma à profundidade impossível nas almas sem Amor.]
05 janeiro 2013
...o que não é nada difícil, convenhamos...
tenho de ir fazer o almoço e não apetece...
o dia está de sol e o sol apetece...
Hoje, por breves fracções irracionais de segundos, pensei que eras tu que me abraçavas pela cintura, que eram os teus braços que me apertavam para ti, de surpresa, por brincadeira, por carinho...por momentos o teu nome bailou-me na boca, quase a dançar-se para fora de mim. Parei-o a tempo, não eras tu, era um doido, que ainda assim me fez rir. Um amigo. Mas não eras tu.
Um dia destes não te perdoo mais por isso. Por nunca seres tu.
Bom Dia
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Bom Dia
04 janeiro 2013
(...)
Se penso que te deixo
já te quero
Se penso que recuso
já te anseio
Se penso que te odeio
já te espero
e torno a oferecer-te
o que receio
Se penso que me calo
já te grito
Se penso que me escondo
já me ofereço
Se penso que não sinto
é porque minto
Se pensas que me olhas
já estremeço.
Maria Teresa Horta
[é assim. eu por ti em linhas. cheia de ses e de jás, de medos e de anseios. ofereço o que receio, quero esconder-me e já me dei. já não me tenho, tens-me tu e não te tenho, perco-me de mim porque te perco, a cada dia mais longe, a cada dia mais perto.]
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Maçãs alheias
...hummmm...
... tenho lá um quarto vago bem bom em casa...
se te portares bem deixo-te ligar a água quando o quadro for abaixo...
...quer dizer deixo-te ligar o quadro quando a luz for abaixo... mas também podes ligar a água...
sou mulher, não percebo nada disso, entendes, não é?...
é por isso que pode dar jeito ter-te por perto, mas só para isso, porque eu sou muito independente, claro, e pela igualdade de direitos, óbvio, já de obrigações sou um bocadinho indefesa...
......
03 janeiro 2013
02 janeiro 2013
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