..Não era mal pensado, não...
Eva me chamaste
Fizeste das minhas costas o teu piano
Dos teus desenhos as minhas curvas
Da minha boca a tua maçã
Dos meus olhos o teu mar
Do meu mundo os teus braços
(...)
Fizeste das minhas costas o teu piano
Dos teus desenhos as minhas curvas
Da minha boca a tua maçã
Dos meus olhos o teu mar
Do meu mundo os teus braços
(...)
13 maio 2013
Românticos que se encontram depois de viver vidas paralelas, cansados – mas enlaçados antes que chegue a hora de partir, sem saberem se amanhã há outro sono igual, ou uma escolha para fazer. Os dois sabem que são doidos, estendem os dedos na escuridão entre as luas. Os dois sabem que mais adiante podem arder de repente no meio do Verão, consumidos pelos segredos e pela indiferença. Noites sem sexo são perfeitas, também; e raras, e condenadas e incompletas. Borboletas no estômago, batendo asas contra todas as paredes do corpo – não deixando que ele adormeça, inquieto e insatisfeito, voltado para dentro e para o passado. Românticos que se encontram quando nenhum deles esperava outra oportunidade, outro caminho. Nunca estamos preparados, diz um. Nunca estamos, repete o outro, quando a primeira borboleta sossega depois de um beijo em dívida.
Francisco José Viegas
[...nunca estamos preparados, nunca.
nem para a paixão, nem para perdê-la.
quando à paixão se mistura Amor a perda é devastadora, varre-nos a vida de ponta a ponta, parece não restar nada.]
[...nunca estamos preparados, nunca.
nem para a paixão, nem para perdê-la.
quando à paixão se mistura Amor a perda é devastadora, varre-nos a vida de ponta a ponta, parece não restar nada.]
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Maçãs alheias
12 maio 2013
Estava com dor de cabeça, cansado, e enquanto o ouvia comecei a fazer festas como se faz aos bebes entre as sobrancelhas, devagarinho, nao sei porquê, mas acho que deve ser relaxante, calmante. De repente parou e disse qualquer coisa como:"já está. Já conseguiu." não percebi e perguntei respondeu qualquer coisa como "já me rendi". Por que é que me lembro destas coisas, vindas nao sei de onde, nem sei para quê... Sei que me soube bem achar que tinha ficado melhor por umas festinhas minhas. Se calhar lembrei-me porque estou cansada, doi-me a cabeça e precisava de festinhas, deve ser isso. Agora vou tomar um café que o tempo está bom para uma boa esplanada.
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Flashes
11 maio 2013
"foi sem querer
eu te amei do avesso
prometo que da próxima vez
te visto
do lado certo."
Lilian Aquino
in Cena de Mesa
eu te amei do avesso
prometo que da próxima vez
te visto
do lado certo."
Lilian Aquino
in Cena de Mesa
(estou exausta, vou dormir, sem beijo de boa noite ou esperança de bom dia seguinte,
enfim..isto há-de passar, se não passar a bem, passa a mal, que de passar mal ando eu farta.)
Boa Noite
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Boa noite
10 maio 2013
08 maio 2013
"Apetece-me levar-te a um sítio bonito e foder-te aí. Eu, que te quero inteira e em toda a parte, ou já neste chão. Mas hoje apetece-me embrulhar-te em rendas e veludos e levar-te a um sítio bonito e foder-te aí. É uma questão de respeito, ou antes de apreço. Eu, que te quero inteira nos meus beijos, eu, que quero as tuas unhas cravadas nas minhas costas e as minhas nas tuas, eu, que quero lambuzar a cara toda nos fluidos viscosos da tua cona, eu que me quero enterrar em ti de todas as maneiras e em todos os lugares e fazer-te aumentar a tua tesão por me veres tão teso, respeito-te acima de tudo e de toda a gente. Não sei amar de outra maneira, e por vezes não sei dizer nem fazer as coisas que queria ou que devia nem mostrar-te o quanto és importante para mim.
Acabo às vezes por fazer coisas que não explico e que não sei se entendes, e que não sei se importam. Hoje, apetece-me simplesmente ir vestidos de coisas bonitas a um sítio bonito e fodermo-nos aí."
diz tudo, sem apelo nem agravo, directo, conciso e sempre tão certo. Sem meias palavras nem falsos pudores, há coisas que são mesmo assim, e ainda bem, é bom. Não é por precisar de variar, é para celebrar, consagrar, viver quando apetece: aqui, ali ou aí se, e enquanto, se ama.
Têm sido complicados os últimos dias, ainda que quisesse explicar, não sei se o conseguiria. Sinto-me a definhar por dentro, a apodrecer a alma, a amargar o ser, deixarei de ser quem era, não sei quem serei. Não quero saber, na verdade.
Dou por mim a ver rosas oferecidas a outras mãos e os espinhos cravados por dentro da minha pele.
Oiço, e volto a ouvir, coisas que me disseram e sinto-me enganada - principalmente, essencialmente, por mim mesma - sinto mentiras em todas as verdades que sentia por dentro, não no que viam os olhos, não no que a razão me gritava, mas no que os olhos viam para dentro, sentiam. Relembro comentários e conversas, filmes emblemáticos, com significados próprios ocultos, que não me deram a conhecer, coisas que não eram nossas, que tinham outras memórias impressas na história, nos comentários; tanta coisa de que eu não fazia parte, percebo agora que o tocavam por razões que eu não adivinhava, eram coisas dele que nunca fui eu, eu nunca fui parte dele, nunca fui eu a tocá-lo, fui o preenchimento de um vazio entre margens do tempo, uma ponte que se foi atravessando, atravessando os dias e as noites, mais nada. E então relembro o rosto dele, a centímetros do meu, o corpo dele colado ao meu, pele com pele, numa pele só, a dizer-me que havia vezes que queria mergulhar em mim: para dentro de mim, correr-me nas veias, habitar-me por dentro, ir para onde eu fosse, cá dentro: fundirmo-nos... como doutra vez que me lembro agora, sem aviso ou previsão, me disse em que havia momentos em que as almas encaixavam tão bem, em silêncio, só encostados, que parecíamos perfeitos. Pré-feitos um para o outro digo eu, que era o que me parecia a mim. Tudo isso, tudo isso... dizia, falava a pensar em alguém que não eu, eu apenas ouvia, eu estava sempre lá para ouvir... era eu que o ouvia, e por o sentir, por sentir exactamente o que me dizia - ainda que eu o guardasse por dentro da boca nos beijos que lhe dava - acreditava que podia sentir, que era verdade, que podia ser verdade.
Não era, não foi, não é.
A verdade das verdades sentia eu, sinto eu, ele tinha mentira na minha única verdade, a verdade única que me mantinha, que me nutria, que me importava, mas que era, afinal, só minha.
Como a culpa, a culpa é só minha.
Acreditei no que sentia que sentiam.
Acreditei que sentiam o que sentia.
Vi-me ao espelho nele, e em mim viam outra pessoa.
Acreditei que sentiam o que sentia.
Vi-me ao espelho nele, e em mim viam outra pessoa.
E depois de um dia de merd@, uma noite que em nada destoou do dia, uma pessoa vem trabalhar e tem uma reunião com um cliente (antigo), que a meio dum argumento, sai-se com um "tão bonita!!"- que obviamente é golpe baixo para desarmar uma mulher (que corou logo, pois claro, e que fica, aí sim ,sem resposta), em que se sabe que não é verdade, que anda com uma cara que mete medo a qualquer um, e que o elogio é só para nos tentar levar (obviamente!!), mas ainda assim, faz corar genuínamente, e sorrir um bocadinho, antes de dizer "oh cale-se lá com isso que não é assim que vai ganhar a discussão!!"; lá continuei a argumentar e a explicar porque tinha razão, como não podia deixar de ser!!
Eheheh
... Uns a darem com os pés com toda a força outros a verem se põem as mãos...
Porque raio não trocam de lugar, bolas!!!
Eu agradecia!
Bom Dia
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Bom Dia,
Tonta...
07 maio 2013
Aiiiiiiiii este moço!!!!!
...Ai este mocinho!!!
humm sim senhor podias cantar p'ra mim... coisas lindas e assim...
ou quando ele dizia: "é lindo, é tão lindo, é tudo tão lindoooo"
ehehehhehe muito bom o sentido de humor dele (também...)
Aiiiii este moço!!
(já disse?? aiii este mocinho gosto dele, lembra-me o género de alguém, mas este canta, e bem, e nunca me dirigiu palavra portanto ainda não estragou tudo.... aiiiii este mocinho!!!... e fez-me lembrar uma outra cena que me fez rir, alguém a fingir que tinha ciúmes, que havia espectáculos que eu devia ter de ter autorização para ir... ehehehe... teve piada. não teve ciúmes, mas teve piada...)
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Tonta...
06 maio 2013
"Você conhece alguém, se apaixona, e todas as outras pessoas perdem a graça. Você se afasta de todos aos poucos de forma inconsciente, porque encontrou ali tudo o que mais procurava, em um único ser humano. Mas o problema é exactamente esse. Tudo perde o sentido quando esse alguém fica distante. E ninguém sabe se isso vai durar uma noite, ou uma vida inteira. Consumimos amor demais sem saber quanto tem em stock. Nos tornamos dependentes de uma droga que anda e fala. Abstinência de alguém é o pior vicio".
Sean Wilhelm
[Ámen. não conheço o autor, mas bolas, é que é na mouche!!.. até dói de tanto espetar o dedo na ferida.]
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Maçãs alheias
AMAVISSE
I
Carrega-me contigo, Pássaro-Poesia
Quando cruzares o Amanhã, a luz, o impossível
Porque de barro e palha tem sido esta viagem
Que faço a sós comigo. Isenta de traçado
Ou de complicada geografia, sem nenhuma bagagem
Hei de levar apenas a vertigem e a fé:
Para teu corpo de luz, dois fardos breves.
Deixarei palavras e cantigas. E movediças
Embaçadas vias de Ilusão.
Não cantei cotidianos. Só cantei a ti
Pássaro-Poesia
E a paisagem-limite: o fosso, o extremo
A convulsão do Homem.
Carrega-me contigo.
No Amanhã.
Hilda Hilst
[amanhã. sempre. o impossível a sós comigo.]
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Maçãs alheias
Encostem-se uns aos outros assim, com vontade de carinho e mimo...
...era o que me apetecia...
Tanto!
Bom Dia!
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Bom Dia
04 maio 2013
"(...) As mulheres são um cheiro. É pelo cheiro que as catalogamos no íntimo arquivo dos desejos. A que cheira uma mulher? – perguntou-me um dia a Diana. Uma rosa cheira a rosa. Um cravo cheira a cravo. Não sei a que cheira uma orquídea. Mas sei que todas as orquídeas cheiram igual, respondi. Já as mulheres, nenhuma repete o cheiro. As que nos refrescam têm cheiro de rio, as que nos enchem têm cheiro de mar. Todas as mulheres têm um cheiro húmido. Como a boca. Como o sexo. Só gostamos de uma mulher quando gostamos do seu cheiro. Quando tudo nos leva a bebe-la, como um chá quente, excitante, aromático. Se não gostarmos do seu cheiro não conseguimos ama-la, nem na pele nem na alma. Podemos ser amigos, companheiros, nunca amantes. Amar é beber um cheiro. É transporta-lo para dentro de nós. Amamos uma mulher quando cheiramos ao seu cheiro..."
JOÃO MORGADO, in DIÁRIO DOS INFIÉIS
[a que será que eu cheiro? se calhar não cheiro, deve ser isso...]
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Maçãs alheias
"- Então vais jantar sozinha? Anda lá, vem jantar connosco!!
- Vou. Eu sou sozinha. "
(saiu-me sem pensar, mas mesmo pensando é assim. E não tem mal nenhum. Eu, um prato e um copo de vinho, podia ser pior. Podia ter que estar acompanhada de quem não me tira da solidão. Fazer número é coisa que não me interessa: nem de fazer, nem de estar com quem faz. O mal nunca é estar sozinho é sentirmo-nos sós.)
- Vou. Eu sou sozinha. "
(saiu-me sem pensar, mas mesmo pensando é assim. E não tem mal nenhum. Eu, um prato e um copo de vinho, podia ser pior. Podia ter que estar acompanhada de quem não me tira da solidão. Fazer número é coisa que não me interessa: nem de fazer, nem de estar com quem faz. O mal nunca é estar sozinho é sentirmo-nos sós.)
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