Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

09 julho 2014

É engraçado como eu, que tendencialmente não gosto de coisas repetidas, me apego tanto e tão facilmente a rituais. E digo rituais e não hábitos, porque hábitos são repetições quase inconscientes, fazem-se quase sem fazer, e tantas vezes sem pensar. Os rituais são coisas que nos dá prazer repetir, e se calhar às vezes fazer exactamente da mesma maneira, mas fazem-se conscientemente pelo prazer que sabemos que nos dão. Como este. O de fumar o último cigarro à varanda, agora que o tempo -mesmo estando fresquinho a esta hora, que está- é mais convidativo a isso, e com isso pôr-me aqui a escrever o que a minha cabeça vai dizendo. É o meu bocadinho de mim que me deixo ter, em que dou largas a mim, e me vejo pensar. E me deixo sentir. E é isso, gosto de rituais, e vejo que me fazem falta alguns. Não era hábito, era prazer consciente de que o é. No fundo o prazer nunca se repete, renova-se. Por isso não cansa.

Sem comentários: