Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

12 março 2013


Conta-me outra vez, é tão bonita
que não me canso nunca de a ouvir.
Repete-me de novo, os dois da história
foram felizes até à morte,
ela não foi infiel, ele nem
se lembrou de a enganar. E não te esqueças,
apesar do tempo e dos problemas,
continuavam a beijar-se cada noite.
Conta-me mil vezes, por favor:
é a história mais linda que conheço.

Amalia Bautista


[conta-me mil vezes para eu não esquecer.
conta-me mil vezes para não me lembrar de todas as outras histórias
conta-me mil vezes para eu esquecer
que há coisas diferentes daquelas que quero ouvir-te repetir mil vezes,
e outras mil, e mais mil depois dessas.
e depois de tudo conta-me outra vez,
para não me esquecer de esquecer tudo o resto.]

E ousaram – aventura a mais incrível.
Viver a inteireza do possível.

Sophia de Mello Breyner Andresen


[e depois, quando o futuro chegou, espantaram-se, perceberam que envelheceram juntos. 
o possível tinham-no feito inteiro, incrivelmente.]
Gosto de hortênsias também, roubo às vezes num jardim donde me deixam roubar...
Bom Dia


11 março 2013


É assim que te quero, amor,

assim, amor, é que eu gosto de ti,
tal como te vestes
e como arranjas
os cabelos e como
a tua boca sorri,
ágil como a água
da fonte sobre as pedras puras,
é assim que te quero, amada

(...)
Pablo Neruda


[era bom, era, mas não. O que eu visto, como me arranjo, não é como seria apreciado, mas sou eu, sou assim, e continuarei a ser eu, só sei ser eu, ainda que não te sirva, que não seja à tua medida... mas deve ser bom sentir que nos querem assim, que gostam assim, como somos e nos vêem, nos arranjamos e vestimos, mesmo que seja a coisa mais normal do mundo, sem estilo particular ou diferente, ou uma qualquer espécie de afirmação muda que grita aos olhos dos outros. Eu sou calada de boca e de aparência, só me ouve quem atenta nos detalhes sussurrados, quem vai à procura, quem aprecia o que eu aprecio, no fundo. Não me imponho nem ao olhar dos outros. Não gosto que reparem em mim, muito menos de forma gritante, por isso escondo-me na normalidade de que não prescindo, que me veste, que sou. Não sou, nem quero ser, nem parecer, diferente.]

Si... mucho es poquito...

...é tão bom, ADORO!!
Bom Dia
(o dia está feio, eu não estou melhor, mas vamos pelo menos fazer de conta que está tudo bem, e que o sol brilha nas nossas vidas, e no nosso olhar, e no nosso sorriso inexistente... vamos fingir, há tanta gente a fazê-lo... por que não? pode ser que nos consigamos enganar a nós mesmos...)

09 março 2013


Ronhaaaaaa....
Será que pôr um anuncio no jornal funciona? Procura-se homem para ronha ao fim de semana. Nao deve falar muito ou pouco, tem de dizer coisas lindas na medida certa, tem de ter sentido de humor e gostar da nossa gargalhada para ter motivação acrescida.... Tem de ser meiguinho, doce e querido sem ser piegas e chato. Tem de dar vontade de encher de beijos e fazer rir... E pronto tem de ser alto, lindo, cheio daquele charme estúpido e parvo e eu tenho de o adorar... Hummmm é capaz de ser difícil por anuncio, não??? Bahhhhhh nunca mais me safo é o que é!!

08 março 2013

danadinhas, hein??
ehehhehe

Hoje vou-me esconder aqui dentro, ok??
Não me chateiem... e principalmente não me dêem os parabéns, ou desejem um dia particularmente feliz, 
se não quiserem ter uma resposta torta... combinado??? 
E uma vez assente estas premissas....
Bom Dia!!

Boa Noite

...outra modalidade saca cuecas...
este é a versão à socapa, ou será só à preguiçoso?

07 março 2013

hum hum...
dizem que sim... 
 ver-me pelas costas... é a parte mais interessante...
bahhhhhhh


05 março 2013

Boa Noite
(sinto falta dos teus braços, de me puxarem para ti e me envolverem num abraço que me cola a ti, 
que me rouba inteira sem me tirar nada só me acrescentando o que me falta. 
acho que a saudade me abraça assim, inteira, para mais miseravelmente me lembrar de ti.]

-Eu deixo-te nervosa?
-Às vezes.
-Mas porquê?? Isso não é bom...
- Às vezes não é muito agradável, mas não é que seja mau...
(na verdade, não é nada mau sinal... parece-me...)
hummm... isso explica muita coisa....
Vou ali beber um café, ou dois, e já volto!!
Bom Dia!!

04 março 2013



Bem-me-quer, mal-me-quer, 
mal-me-quer, mal-me-quer... 
Nem-me-quer....
Bom dia!
(gosto muito destas, mas as margaridas acho que são as minhas eleitas)

03 março 2013

"A noite avançava, uma lassitude banhava as figuras. Senhoras sentadas havia três horas na mesma cadeira, tinham um ar de aborrecimento inconsciente, contudo felizes, por se aborrecerem ali."
Emile Zola, in Uma página de amor.

[incrível como há coisas que não mudam, tontices intemporais...]


.... E depois acordar...
Porque só em sonhos... E já nem sonhar consigo, tudo à volta não me deixa, tudo me repete e grita que o teu lugar nunca serei eu. Eu não chego, nem te chego; ao longe nem te toco, o teu lugar não sou eu ou chegar-te-ia onde estivesses, por longe que fosse, por alto que parecesse. Não te chego nunca, o teu lugar não sou eu. Como fazer para deixares de ser o meu?

01 março 2013

Sonho de um dia de quase primavera - passar férias numa torradeira com um pão à beira mar!!!
ahahahhaha
(por acaso acho que não aguentava muito tempo numa torradeira onde não conseguisse tomar um bom banho de manhã... mas pronto isso agora não interessa nada...) 
hum hum

28 fevereiro 2013

Brrrrrrr... está um frio que só para renas mesmo!!!
Vou para o quentinho da caminha.... sem enfeites destes...
Boa Noite

"Those damn eyes fucked me forever. 
We made love just looking at them."
Charles Bukowski

[há olhos assim...]
[Franz Kafka]
...pois...
Bom Dia!!

27 fevereiro 2013

Bom Dia!!
(era bom, não era?? mas é só para a fotografia, nunca vi nada assim na realidade.
Às vezes parece-me que a felicidade também é só para a fotografia...
e para algumas pessoas isso é realmente felicidade, o parecer feliz aos outros, como uma personagem que se nos cola tão bem à pele, que nos parece já ser a nossa...o que na verdade só revela que nunca, verdadeiramente, sentimos a nossa.)

26 fevereiro 2013


I want to tell you
How much I love you
I'm drowning in a sea of love
(Tom Waits)
Nesta corrente não me importava de nadar, de me afogar, 
mas aqui só segue a corrente quem tem vida dentro.
Quem se afoga nela.
Boa Noite 
vida?? contas??
impostos?? o diabo a sete???
Toma!!!
(estou farta disto, vou deixar de trabalhar. Não compensa. 
Procura-se gajo rico, que não seja mão de vaca, sem herdeiros e que dure pouco tempo. 
Enquanto durar eu trato-o o bem, mas o gajo que não se atrase muito, nem a chegar, nem a ir!!)


Abraça-me. Quero ouvir o vento que vem da tua pele,
e ver o sol nascer do intenso calor dos nossos corpos.

Quando me perfumo assim, em ti, nada existe a não ser
este relâmpago feliz, esta maçã azul que foi colhida na
palidez de todos os caminhos, e que ambos mordemos
para provar o sabor que tem carne incandescente das estrelas.

Abraça-me. Veste o meu corpo de ti, para que em ti possa buscar
o sentido dos sentidos, o sentido da vida. Procura-me
com os teus antigos braços de criança
para desamarrar em mim a eternidade, a soma formidável
de todos os momentos livres que a um e a outro pertenceram.

Abraça-me. Quero morrer de ti em mim, espantado de amor.


(...)

Joaquim Pessoa

[penso que este poema será uma repetição aqui no tasco, mas é tão lindo, eu gosto tanto, que de vez em quando tenho de voltar a ele. voltamos sempre às coisas de que gostamos muito, que são quase nós, não sendo nossas; falam-nos como se nossas fossem, tal nos acertam em cheio...]
Era bom para começo de dia...
Bom Dia!

25 fevereiro 2013


Namora uma rapariga que lê. Namora uma rapariga que gaste o dinheiro dela em livros, em vez de roupas. Ela tem problemas de arrumação porque tem demasiados livros. Namora uma rapariga que tenha uma lista de livros que quer ler, que tenha um cartão da biblioteca desde os doze anos.

Encontra uma rapariga que lê. Vais saber que é ela, porque anda sempre com um livro por ler dentro da mala. É aquela que percorre amorosamente as estantes da livraria, aquela que dá um grito imperceptível ao encontrar o livro que queria. Vês aquela miúda com ar estranho, cheirando as páginas de um livro velho, numa loja de livros em segunda mão? É a leitora. Nunca resistem a cheirar as páginas, especialmente quando ficam amarelas.

Ela é a rapariga que lê enquanto espera no café ao fundo da rua. Se espreitares a chávena, vês que a espuma do leite ainda paira por cima, porque ela já está absorta. Perdida num mundo feito pelo autor. Senta-te. Ela pode ver-te de relance, porque a maior parte das raparigas que lêem não gostam de ser interrompidas. Pergunta-lhe se está a gostar do livro.
Oferece-lhe outra chávena de café com leite.

Diz-lhe o que realmente pensas do Murakami. Descobre se ela foi além do primeiro capítulo da Irmandade. Entende que, se ela disser ter percebido o Ulisses de James Joyce, é só para soar inteligente. Pergunta-lhe se gosta da Alice ou se gostaria de ser a Alice.

É fácil namorar com uma rapariga que lê. Oferece-lhe livros no dia de anos, no Natal e em datas de aniversários. Oferece-lhe palavras como presente, em poemas, em canções. Oferece-lhe Neruda, Pound, Sexton, Cummings. Deixa-a saber que tu percebes que as palavras são amor. Percebe que ela sabe a diferença entre os livros e a realidade – mas, caramba, ela vai tentar fazer com que a vida se pareça um pouco com o seu livro favorito. Se ela conseguir, a culpa não será tua.

Ela tem de arriscar, de alguma maneira.

Mente-lhe. Se ela compreender a sintaxe, vai perceber a tua necessidade de mentir. Atrás das palavras existem outras coisas: motivação, valor, nuance, diálogo. Nunca será o fim do mundo.

Desilude-a. Porque uma rapariga que lê compreende que falhar conduz sempre ao clímax. Porque essas raparigas sabem que todas as coisas chegam ao fim. Que podes sempre escrever uma sequela. Que podes começar outra vez e outra vez e continuar a ser o herói. Que na vida é suposto existir um vilão ou dois.

Porquê assustares-te com tudo o que não és? As raparigas que lêem sabem que as pessoas, tal como as personagens, evoluem. Excepto na saga Crepúsculo.

Se encontrares uma rapariga que leia, mantém-na perto de ti. Quando a vires acordada às duas da manhã, a chorar e a apertar um livro contra o peito, faz-lhe uma chávena de chá e abraça-a. Podes perdê-la por um par de horas, mas ela volta para ti. Falará como se as personagens do livro fossem reais, porque são mesmo, durante algum tempo.

Vais declarar-te num balão de ar quente. Ou durante um concerto de rock. Ou, casualmente, na próxima vez que ela estiver doente. Pelo Skype.
Vais sorrir tanto que te perguntarás por que é que o teu coração ainda não explodiu e espalhou sangue por todo o peito. Juntos, vão escrever a história das vossas vidas, terão crianças com nomes estranhos e gostos ainda mais estranhos. Ela vai apresentar os vossos filhos ao Gato do Chapéu e a Aslam, talvez no mesmo dia. Vão atravessar juntos os invernos da vossa velhice e ela recitará Keats, num sussurro, enquanto tu sacodes a neve das tuas botas.

Namora uma rapariga que lê, porque tu mereces. Mereces uma rapariga que te pode dar a vida mais colorida que consegues imaginar. Se só lhe podes oferecer monotonia, horas requentadas e propostas mal cozinhadas, estás melhor sozinho. Mas se queres o mundo e os mundos que estão para além do mundo, então, namora uma rapariga que lê.

Ou, melhor ainda, namora uma rapariga que escreve.


- Rosemary Urquico -
tradução de Carla Maia de Almeida


[parece-me um bom conselho...]
Sim...isto podia resultar...
saber assim que gostam de nós, sem dúvidas, sem espinhas, sem nada,
acalmava-me de certeza...
quer dizer, em parte, 
outra parte ficava, assim... com cócegas, digamos...ehehheh

24 fevereiro 2013

"E as suas conversas não saíam dali. Nem sequer já falavam da terra. Quando lhes surgia uma recordação, compreendiam-se com uma palavra e riam-se para dentro toda a tarde. Bastava-lhes isto. Quando Rosália punha Zeferino na rua, ambos se tinham divertido muito."

in Uma pagina de Amor, Emile Zola

23 fevereiro 2013

"Aquele casamento ainda a maravilhava. Carlos adorava-a, ajoelhava no chão, à noite quando ela se deitava, para lhe beijar os pés nus. Ela sorria, cheia de amizade, censurando-o por ser tão criança. Então recomeçara uma vida sem sobressaltos. Durante doze anos, não se recordava de um abalo. Vivia muito calma e muito feliz, sem uma febre na carne nem no coração (...) 
E ela viu bruscamente o quarto do hotel do Var, o marido morto, o vestido de viúva estendido nas costas de uma cadeira. Chorara como na noite de Inverno em que a mãe morrera. Em seguida, os dias tinham voltado a correr. Havia dois meses que ela se sentia muito feliz e muito calma com a sua filha. Meu Deus! E aquilo era tudo? E que dizia então aquele livro, quando falava daqueles grandes amores que iluminavam toda uma existência?" - realmente toda a gente parece achar que a felicidade é assim uma coisa morna, uma vida sem sobressaltos, uma ausência de febres; e deve ser, de certeza que é, para quem não conseguir adivinhar o resto, porque se o adivinhar, nem que seja através dum livro, toda essa felicidade se torna num marasmo pesado, uma sede constante, uma irritação sem motivo, uma fome sem tréguas.

"Joana, contudo, às vezes teimava.
-Ah! Tu agora vais-me dizer! - perguntou ela - Aquelas vidraças muito brancas?...É uma coisa muito grande, deves saber.
E designava o Palácio da Justiça. Helena hesitava:
- É uma estação de caminhos de ferro... Não, parece-me que é um teatro...
Teve um sorriso, beijou os cabelos de Joana, repetindo a sua resposta habitual:
- Não sei, minha filha.
Então continuaram a olhar para Paris, sem pensarem mais em conhecê-lo. Era uma coisa muito suave, tê-lo ali e ignorá-lo. Continuava a ser o infinito e o desconhecido. Era como se tivessem parado no limiar de um mundo do qual presenciassem o espectáculo eterno, recusando descer a ele." - deve ser suave ter a vida ao alcance da mão, da pele, dum olhar, e ignorá-lo, preferir não o conhecer, dá-lo por infinito e inconsequente; olhar o espectáculo de fora e não querer fazer parte... mas então nunca compreenderão o espectáculo, toda a sua dimensão, nunca o sentirão por dentro. O medo, ou a covardia (que é a concretização imobilizante do medo) é uma defesa, procura preservar-nos, mas preserva-nos até, ou principalmente, da vida, daquela que se sente.

"Então, lágrimas de enternecimento subiram aos olhos de Rosália, e para testemunhar a alegria de o tornar a ver, o que achou de melhor foi fazer troça dele." - conheço alguém assim, quando não sabe o que dizer, e lhe apetecem dizer outras coisas que não pode, e tem de disfarçar a alegria da surpresa, desata a disparatar, a gozar a vítima que a vitimou e destabilizou...

"E calaram-se. Entreolharam-se com os olhos a luzir, os lábios apertados e mexendo lentamente numa careta de ternura. Devia ser a sua maneira de se beijarem, porque eles nem sequer se tinham estendido a mão."

in Uma Página de Amor, Émile Zola

(os comentários parvos são meus mesmo)
Parece-me que há coisas para eu ouvir,
e podes dizer, eu sou toda (ou quase) ouvidos, aliás orelhas.
Estou quase tão orelhuda como as coisas cabeludas que tenho de ouvir...
Bom Dia

22 fevereiro 2013


(...)
A nudez corria-lhes pelas mãos
e chegava aonde tudo é branco e firme.
Aquele fogo de carne
era a carne do amor,
era o fogo do amor,
o fogo de arder amando-se e por toda a casa,
contra as paredes, no chão.
Se mais não pressentissem bastaria
aquela linguagem de falar tocando-se
como dormem as aves.
E os olhos gastos
por amor de olhar,
por olhar o amor.
E no chão
contra as paredes se amaram e
pela casa andavam como
se dentro das sementeiras respirassem.
Prisioneiros libertados, um
no outro eram livres
e para a vida e para o amor se beijaram
magoando-se mais, até ficarem magoados.
E uma presença rica,
agora nova e mais serena,
avidamente recebeu a música que atravessou de
um corpo a outro corpo
chegando às mãos
onde toda a nudez é branca e firme.
Com uma carne de fogo,
incarnando o amor,
incarnando o fogo,
contra o chão das paredes se amaram
pressentindo que
andando pela casa bastaria tocarem-se
para ficarem dormindo
como acordam as aves. 

Joaquim Pessoa 


[queria a minha nudez a correr devagar nas tuas mãos, a minha pele a falar ao ouvido da tua, os nossos fogos a consumirem-se num doce calor até arder a urgência ávida do desejo, e voarmos livres presos um no outro.]
Lição: mesmo de trombas se oferecem flores...

yeahh...
that's the difference...
big difference!!


Se as coisas fossem perfeitas...
Não existiria lições de vida
Não haveria arrependimentos
E nem descobertas...
Se tudo fosse perfeito
Mãos não se uniriam
E sonhos não seriam valorizados.
Se tudo fosse perfeito
Olhares não se completariam
E gestos passariam despercebidos.
Se tudo fosse perfeito
As lágrimas não existiriam
As palavras seriam perfeitas...
Se tudo fosse perfeito
Eu atravessaria o oceano
Sem medo de ser levada pelas ondas
Sem receios de me perder em suas profundezas.
Se tudo fosse perfeito
Dores não existiriam
E a cura não seria procurada...
Se tudo fosse perfeito
Não haveria a busca pela perfeição...
Nada é por acaso. Pois nem o destino... é Perfeito.


Mario Quintana

[ se tudo fosse perfeito eu não teria conhecido a felicidade. se tudo fosse perfeito o desejo de amar, e amar com desejo, não existiria. se tudo fosse perfeito, o imperfeito-quase-perfeito não sabia, na perfeição, a felicidade, e nós não nos enganaríamos tão perfeitamente. se tudo fosse perfeito eu não conheceria tão bem o sabor amargo que a despedida, depois de um beijo perfeitamente feliz, deixa na boca ávida.
 se tudo fosse perfeito eu não existiria. e todos andamos atrás da perfeição. ]

21 fevereiro 2013

Boa Noite
(gosto destas mãos...)

....WTF!!!
...então e quem é que nos abre as portas???

Sol....Yeahhhhh
(claro que no fim de semana vai estar um frio de rachar, um barbeiro de cortar à faca, mas pronto, pela janela do escritório, agora, o sol dá um ar da sua graça, e da minha desgraça.....
 bahhhhh estar aqui fechada...)

Bom Dia!!!...

20 fevereiro 2013

Boa Noite

AHAHAHAHHA...
Que é que pensaram logo????
(ahhhhh sorte, sorte é preciso sempre e em tudo.... até para ter uma boa.... vida, vida, claro!!)


tenho os olhos feitos à medida da tua cara
e só tenho olhos para ti
quando não estás sou invisível e quase invisual
a visão não me serve de nada
vejo mas sem cor e é pior que a preto e branco
é desfocado
é esbatido
e sem chama
e sem cheiro
contigo cheira bem
sabe bem.

João Negreiros


[olhos feitos defeito. 
vêem sem cor, 
esbatido, morno, distante, 
não sabe a nada, não adivinham cheiros, 
olhos feitos defeito, 
feitos de falta de vontade,
feitos de falta de ti.
olhos desfeitos, feitos de ti.]

Ainda que mal pergunte,
ainda que mal respondas;
ainda que mal te entenda,
ainda que mal repitas;
ainda que mal insista,
ainda que mal desculpes;
ainda que mal me exprima,
ainda que mal me julgues;
ainda que mal me mostre,
ainda que mal me vejas;
ainda que mal te encare,
ainda que mal te furtes;
ainda que mal te siga,
ainda que mal te voltes;
ainda que mal te ame,
ainda que mal o saibas;
ainda que mal te agarre,
ainda que mal te mates;
ainda assim te pergunto
e me queimando em teu seio,
me salvo e me dano: amor.

Carlos Drummond de Andrade


[ainda... mas por quanto tempo mais me salvo e me dano? por quanto tempo ainda?]


Amanheci em cólera. 
Não, não, o mundo não me agrada. A maioria das pessoas estão mortas e não sabem, ou estão vivas com charlatanismo. E o amor, em vez de dar, exige. E quem gosta de nós quer que sejamos alguma coisa de que eles precisam. Mentir dá remorso. E não mentir é um dom que o mundo não merece.

Clarice Lispector

[é isto, é muito isto do que tenho dentro, o mundo não me agrada.]
Pois.....ahahahha
(se ao menos os meus sonhos fossem assim, eu até percebia a raiva de ter de acordar, mas nem isso...bahhhhh)

19 fevereiro 2013



"Possua um coração que nunca endurece, um temperamento que nunca pressiona,
 e um toque que nunca magoa".
Charles Dickens

[..será possível???]

Leio o amor no livro
da tua pele; demoro-me em cada
sílaba, no sulco macio
das vogais, num breve obstáculo
de consoantes, em que os meus dedos
penetram, até chegarem
ao fundo dos sentidos. Desfolho
as páginas que o teu desejo me abre,
ouvindo o murmúrio de um roçar
de palavras que se
juntam, como corpos, no abraço
de cada frase. E chego ao fim
para voltar ao princípio, decorando
o que já sei, e é sempre novo
quando o leio na tua pele.

Nuno Júdice


[Chego ao fim, para voltar ao princípio. Ao princípio de mim, quando nós fomos princípio. Agora somos sempre princípio e fim, ou princípio ou fim, como eu, que chego ao fim e vejo-me de volta ao início, que nada começa nem acaba.]