Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

24 janeiro 2013



‎"Sou mestre na arte de falar em silêncio.
Toda a minha vida falei calando-me e vivi em mim mesmo tragédias inteiras sem pronunciar uma palavra..."
Fiódor Dostoiévski

[e quando a alma se presta a quebrar, o meu falar quebra o silêncio em busca de respostas, mas cala-se a resposta na tragédia do silêncio que me oferecem. as almas que não quebram, que nunca quebraram, não entendem que uma alma a quebrar faz muito barulho, ainda que não oiça quem nunca sentiu esse estrondo rebentar por dentro e forçar todas as nossas costuras com o mundo.]

Boa Noite

23 janeiro 2013


Não entendo os silêncios
que tu fazes
nem aquilo que espreitas
só comigo

Se escondes a imagem
e a palavra
e adivinhas aquilo
que não digo

Se te calas
eu oiço e eu invento
Se tu foges
eu sei não te persigo

Estendo-te as mãos
dou-te a minha alma
e continuo a querer
ficar contigo


Maria Teresa Horta

[é isto... é tão isto...]
...acabei de ter uma boa reunião com um mocinho de olhos azuis-acinzentados... 
vá lá, vá láç.. para o que tenho visto, a reunião até que não foi desagradável de todo...
pena que eu goste muito mais de olhos escuros... aiiiiiiii 
(mas não nego à partida uma ciência que desconheço ihihihihi...
isto hoje está assim, não se aproveita nadinha do que publico aqui no estaminé...eheheh)

Esta moça anda-me a dar nos nervos...anda, anda!!
Tanto que é raríssimo vir com trapos aqui para o estaminé, mas como me deparei com isto, e ainda por cima com a protagonista reincidente agarrada aquele charme que dá nervos... não resisti.
É a segunda vez que a vejo com um vestido que adoro, e eu sou esquisita... não vale qualquer coisa. É simples, detesto árvores de natal e exuberâncias, tem um corte perfeito, justo e cheio de classe.
Ainda por cima usa-o como acho bonito e eu usaria, sem pulseiras, e como se quer num cai-cai: de colo nu, sem colares, sem nada, só pele, é como gosto. 
Para acabar comigo ainda anda sempre atrelada àquele acessório que a abraça pela cintura... esta moça anda-me a dar nos nervos, anda, anda... não sei se já disse isto... mas pronto!

...a chuva não pára!!
...então, dança-se à chuva!!
Bom Dia.

22 janeiro 2013

19 janeiro 2013

(a distância medida será a mesma de ti a mim, de mim a ti, mas o que custa a mim e a ti não usa a mesma medida. Está longe de ser o mesmo o peso da tua distância da minha.) 

...atrevido, hein???
(e estes é que têm piada, para mal dos nossos pecados...)
Boa Noite

16 janeiro 2013



"A gente ama não é a pessoa que fala bonito. É a pessoa que escuta bonito. A fala só é bonita quando ela nasce de uma longa e silenciosa escuta. É na escuta que o amor começa.

E é na não-escuta que ele termina.
Não aprendi isso nos livros. Aprendi prestando atenção."

Rubem Alves



[há muito pouca gente a prestar atenção hoje em dia, a ouvir o outro ainda menos. vim a pensar numa série de coisas a caminho do trabalho e cheguei a uma ideia que nunca me tinha ocorrido, acho que a relação que eu gostava de ter era com alguém cuja sinceridade na resposta a qualquer pergunta nunca me conseguiria magoar. Foi o que me lembrei, porque há tempos hesitei numa resposta e parece-me que pensaste que era porque não te queria magoar, mas não é verdade. Percebi que deve haver muito poucas perguntas a que eu respondendo com a sinceridade mais pura, te dê motivos de mágoa, e era isso que queria para mim. A hesitação era mesmo porque a pergunta era difícil, porque a resposta é ambígua, algo antagónica e nem eu percebo muito bem. Eu gosto de gostar assim, não queria outra pessoa ao pé de mim, não queria outro colo, porque gosto, e quero, o que sinto, só quero é mais. Adorava poder contar com alguém ao pé de mim, alguém que me escutasse quando preciso falar, alguém que me obrigasse a falar quando calar magoa, alguém que me quisesse, e que fosse menos complicado. Alguém que mesmo quando, sem querer, me tratasse menos bem, não me magoasse tanto. Alguém que gostasse de mim... assim, podendo responder a qualquer coisa com a verdade rasa e isso não me regasse as mágoas que tenho em mim. Era isto. Não devia ser difícil.]
Quentes e reconfortantes, que despertem para fazer aproveitar o dia....
não que escaldem...isso dispenso, obrigado.
Bom Dia

14 janeiro 2013

Precisava duma limpeza de pele, de fazer as mãos e os pés, de arranjar as sobrancelhas, precisava duma massagem de corpo inteiro, e dum bom corte de cabelo...resumindo, precisava dum spa... mas a única coisa que vou ter é um "spé na bunda"...que também é bom, não faz bem à pele, que não faz, dá olheiras e afins, mas não faz mal à carteira, e sempre dá impulso para a frente. 
Há que aproveitar, com a crise é o que temos...
aproveita-se tudo...
bahhhh

... e hoje, a caminho do trabalho, a rádio deu-me esta de presente. Aumentei o volume e lá fui eu a fazer figura de parva para quem quisesse ver (como de costume, aliás, em tudo)...
...mas meninas, não se enganem, não está nada no beijo, está sim no beijo, no olhar, no toque, em como nos tratam e nos querem... está nas atitudes... o resto, o resto, é só música para abanar o esqueleto com vontade.
Se bem que um bom beijo carregado do que se sente, ou parece que sentem, parece baralhar tudo, mas há que manter os pés no chão e tentar pôr as ideias no sítio, e isto é, arrumadas...
...não nos enganemos...
Bom Dia!!

11 janeiro 2013

hummmmmm???



O Amor é...O amor é o início. O amor é o meio. O amor é o fim. O amor faz-te pensar, faz-te sofrer, faz-te agarrar o tempo, faz-te esquecer o tempo. O amor obriga-te a escolher, a separar, a rejeitar. O amor castiga-te. O amor compensa-te. O amor é um prémio e um castigo. O amor fere-te, o amor salva-te, o amor é um farol e um naufrágio. O amor é alegria. O amor é tristeza. É ciúme, orgasmo, êxtase. O nós, o outro, a ciência da vida. 
O amor é um pássaro. Uma armadilha. Uma fraqueza e uma força. 
O amor é uma inquietação, uma esperança, uma certeza, uma dúvida. O amor dá-te asas, o amor derruba-te, o amor assusta-te, o amor promete-te, o amor vinga-te, o amor faz-te feliz. 
O amor é um caos, o amor é uma ordem. O amor é um mágico. E um palhaço. E uma criança. O amor é um prisioneiro. E um guarda. 
Uma sentença. O amor é um guerrilheiro. O amor comanda-te. O amor ordena-te. O amor rouba-te. O amor mata-te. 
O amor lembra-te. O amor esquece-te. O amor respira-te. O amor sufoca-te. O amor é um sucesso. E um fracasso. Uma obsessão. Uma doença. O rasto de um cometa. Um buraco negro. Uma estrela. Um dia azul. Um dia de paz. 
O amor é um pobre. Um pedinte. O amor é um rico. Um hipócrita, um santo. Um herói e um débil. O amor é um nome. É um corpo. Uma luz. Uma cruz. Uma dor. Uma cor. É a pele de um sorriso. 

Joaquim Pessoa, in 'Ano Comum' 
[o amor é tudo o que virmos nele, por causa dele, é o que fizermos com ele, o que fizermos dele. se não fizermos nada, não é nada. se fizermos tudo o que pudermos, o amor é tudo. ]
Boa Noite

10 janeiro 2013

...nem mais!!


Éramos uma invenção tão boa

Eles amputaram 
As tuas coxas das minhas ancas. 
Tanto quanto sei 

São todos cirurgiões. Todos eles.

Eles desmantelaram-nos
Um ao outro
Tanto quanto sei
São todos engenheiros. Todos eles.

Que pena. Éramos uma invenção
Tão boa e tão amável.
Um aeroplano feito de um homem e de uma mulher.
Com asas e tudo.
Pairávamos ligeiramente por cima da terra.

Até voávamos um pouco.

Yehuda Amichai


[uma invenção tão boa... até voávamos um pouco. num mundo tão rasteirinho os nossos vôos sabiam a nuvens doces. As nossas asas, as minhas coxas nas tuas ancas, agora ando apenas coxa, tão coxa de ti.]
oh jezuzzz
oh jezzzuzzzz
ohhhhh JAZZUZZZZZ!!!!
vou só ali acalmar os olhos, e já volto!!!
Bom dia!!
eheheheh

09 janeiro 2013

Boa Noite


"Dai-nos, meu Deus, um pequeno absurdo quotidiano que seja,
que o absurdo, mesmo em curtas doses,
defende da melancolia e nós somos tão propensos a ela!

(...)
Garanti-nos, meu Deus, um pequeno absurdo cada dia.
Um pequeno absurdo às vezes chega para salvar."

Alexandre O’Neill

08 janeiro 2013

Boa Noite



Ouço-te ciciar amo-te pela primeira vez, e na ténue luminosidade que se recolhe ao horizonte acaba o corpo.
Recolho o mel, guardo a alegria, e digo baixinho: Apaga as estrelas, vem dormir comigo no esplendor da noite do mundo que nos foge.

Al Berto


[anda, vem dormir comigo, deixa-me aninhar o meu corpo no horizonte longínquo do teu, mas deixa acesas as estrelas para que sempre saibas o caminho de volta aos meus olhos depois de fugires com o mundo que cala o amo-te da tua boca, e que o enterra nas estrelas que te devolvem ao sonho]
Aaaaiiiiiiiiii...
até com esse ar de intelectual, Clive, querido, eu te despenteava as ideias...
a mim podias-me despentear à vontade...
ahhhhhh... onde é que andam as prateleiras destes artigos???
alguém me diz???


(...)
não some não, que eu desmundo
cada sítio do mundo onde
você estava ou está ou há-de estar, e comunico só do toque
que lhe ponho num mamilo,
no umbigo,
no clitóris,
na unha mindinha do pé esquerdo,
só porque tu estremece dos estudos de meus dedos exultantes,
não some nunca, fica morrendo de meu sopro,
ou dá luz como folha contada uma por cima de outra

(...)

Herberto Helder

[é muito raro ler alguma coisa deste autor que goste, que me faça sentido, e não ache que escreve apenas para se fazer sentido do que não tem sentido nenhum, à laia duma loucura que todos admiram sem ninguém saber muito bem porquê, ou eu pelo menos, eu não consigo perceber porquê.  os poemas não me falam, perdem-se em labirintos de palavras de significados dispersos, longínquos, raramente me entendo com o que escreve.  apanhei este poema, de que gostei, e aqui publico um trecho que me faz muito sentido, em que me transparece um sentido  sentido. E para mim poesia tem de ser sentida, além do ritmo que nos embala, da fonética que nos envolve, tem de nos falar, tem de nos falar ao ouvido enquanto o coração se sussurra um sorriso.]

07 janeiro 2013


"A confiança é fruto de um relacionamento em que você sabe que é amado." 

William P. Young




Apago todas as mensagens. Menos as tuas. Guardo a tua voz em pequenas doses e, dia sim dia não, ouço-as todas de seguida. Sinto-me demasiado incapaz para falar contigo o que quer que seja. Não sei onde estás. Não quero saber. Tenho medo de saber mais do que sei.

Uma dor de cada vez basta.


Pedro Paixão


[uma dor de cada vez, com tanta vez, há tanto tempo, já bastava, já.  as tuas mensagens continuam no sítio, a tua voz ainda ecoa em vários sítios, e tenho cada vez mais medo de saber mais do que sei, ganhei medo das perguntas.]
Porque está sol, porque o espírito está sombrio, porque temos de aparvalhar...aqui vai.
Este mocinho apanhado não sei em que rede, mas não me importava nada de saber... onde andam estas coisas que nunca as vejo? bem sei que são muita areia para a minha camioneta, mas não me importo de fazer várias viagens!!!
Eu nem ando à pesca, mas um bicho destes vem sempre a calhar em qualquer rede vazia....
 hum hum
oh sim!!
Bom Dia!!

06 janeiro 2013

Boa Noite



Escreve-me! Ainda que seja só
Uma palavra, uma palavra apenas,
Suave como o teu nome e casta
Como um perfume casto d’açucenas!
Escreve-me! Há tanto, há tanto tempo
Que te não vejo, amor! Meu coração
Morreu já, e no mundo aos pobres mortos
Ninguém nega uma frase d’oração!
“Amo-te!” Cinco letras pequeninas,
Folhas leves e tenras de boninas,
Um poema d’amor e felicidade!
Não queres mandar-me esta palavra apenas?
Olha, manda então… brandas… serenas…
Cinco pétalas roxas de saudade…
Florbela Espanca

[já não se escreve a ninguém, já ninguém escreve palavras apaixonadas, cartas de amores impossíveis, somente de palavras escritas possíveis, que a vontade tornaria em atitudes mais que possíveis, porque menos, perante tal força de amar, seria impossível. Já não há sequer amores possíveis, por isso as palavras tornaram-se impossíveis. Já ninguém escreve. Já ninguém escreve, especialmente, uma palavra apenas com tudo dentro. Já não há Amor, só amores passíveis de passar passivamente sem escavar a alma à profundidade impossível nas almas sem Amor.]
...assim era  muito mais interessante fazer o almoço...lá isso era...
Bom Dia!!

05 janeiro 2013

...o que não é nada difícil, convenhamos...
tenho de ir fazer o almoço e não apetece...
o dia está de sol e o sol apetece...
Hoje, por breves fracções irracionais de segundos, pensei que eras tu que me abraçavas pela cintura, que eram os teus braços que me apertavam para ti, de surpresa, por brincadeira, por carinho...por momentos o teu nome bailou-me na boca, quase a dançar-se para fora de mim. Parei-o a tempo, não eras tu, era um  doido, que ainda assim me fez rir. Um amigo. Mas não eras tu.
Um dia destes não te perdoo mais por isso. Por nunca seres tu.
Bom Dia

04 janeiro 2013

Boa Noite


(...)
Se penso que te deixo
já te quero

Se penso que recuso 
já te anseio

Se penso que te odeio
já te espero

e torno a oferecer-te
o que receio

Se penso que me calo
já te grito

Se penso que me escondo
já me ofereço

Se penso que não sinto
é porque minto

Se pensas que me olhas
já estremeço.

Maria Teresa Horta


[é assim. eu por ti em linhas. cheia de ses e de jás, de  medos e de anseios. ofereço o que receio, quero esconder-me e já me dei. já não me tenho, tens-me tu e não te tenho, perco-me de mim porque te perco, a cada dia mais longe, a cada dia mais perto.]
...hummmm...
... tenho lá um quarto vago bem bom em casa... 
se te portares bem deixo-te ligar a água quando o quadro for abaixo...
...quer dizer deixo-te ligar o quadro quando a luz for abaixo... mas também podes ligar a água...
sou mulher, não percebo nada disso, entendes, não é?...
é por isso que pode dar jeito ter-te por perto, mas só para isso, porque eu sou muito independente, claro, e pela igualdade de direitos, óbvio, já de obrigações sou um bocadinho indefesa... 
......

Vroooooommmmmmm Diaaaaa!!!
eheheheh
(está demais a cara dele!!! ... há focinhos bem piores!!!)

02 janeiro 2013

...he thinks...I'm absolutely sure!!!
bahhhhh.....quero dormirrrrr!!!
Bom Dia!!
Boa Noite
(quero um abraço destes. apertado, junto, com gargalhadas e um beijo a seguir ao outro.)