Eva me chamaste
Fizeste das minhas costas o teu piano
Dos teus desenhos as minhas curvas
Da minha boca a tua maçã
Dos meus olhos o teu mar
Do meu mundo os teus braços
(...)
Fizeste das minhas costas o teu piano
Dos teus desenhos as minhas curvas
Da minha boca a tua maçã
Dos meus olhos o teu mar
Do meu mundo os teus braços
(...)
13 agosto 2014
Eu vou tirar do dicionário
A palavra você
Vou trocá-la em miúdos
Mudar meu vocabulário
e no seu lugar
vou colocar outro absurdo
Eu vou tirar suas impressões digitais
da minha pele
Tirar seu cheiro
dos meus lençóis
O seu rosto do meu gosto
Eu vou tirar você de letra
nem que tenha que inventar
outra gramática
Eu vou tirar você de mim
Assim que descobrir
com quantos “nãos” se faz um sim
Eu vou tirar o sentimento
do meu pensamento
sua imagem e semelhança
Vou parar o movimento
a qualquer momento
Procurar outra lembrança
Eu vou tirar, vou limar de vez sua voz
dos meus ouvidos
Eu vou tirar você e eu de nós
o dito pelo não tido
Eu vou tirar você de letra
nem que tenha que inventar
outra gramática
Eu vou tirar você de mim
Assim que descobrir
com quantos “nãos” se faz um sim
Alice Ruiz
[ahhh eu vou!!...]
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Maçãs alheias
“Dançava como um títere, tendo os cordéis dentro dela, atados na alma. Depois tomou-me nos seus braços e, sem pedir, desapegou-me das roupas. De todas as roupas. Colocou-me a outra coroa e convidou-me para dançar com ela, os dois nus. O meu corpo não tinha cordéis na alma, apenas acanhamento; sentia-se vazio de música. Mas ela pegava-me nos braços, endemoninhava-me o corpo, arrastava-me no seu bailado revolto. E ria. Um sorriso que se media a palmos como se mede o diâmetro do mundo, redondo, grávido, imenso. E eu entrei dentro desse sorriso, onde coube nu e sem vergonha. E dancei com ela como dança um louco, como se não houvesse amanhã, como se o hoje fosse pouco. E quando os nossos corpos caíram na cama, despidos e cansados, dormimos como dormem as flores, caídas umas sobre as outras, a partilhar o calor, a dividir o luar. Só quando tudo dormia já, senti que havia música dentro de mim. Finalmente. Música…”
João Morgado
[...lembro-me de dizeres que eu beijava como quem gosta, lembro-me de dizeres que gostavas quando tinha pressa na vontade, quando a força do desejo se notava nos gestos, lembro-me de dizeres que gostavas de tudo em mim e de ficares a olhar para mim a dizer que eu era linda, lembro-me de dizeres que até da minha gargalhada gostavas e de ficares muitas vezes a olhar para a minha boca enquanto falava, lembro-me de a meio duma conversa qualquer me calares com um "adoro-te" ou com aquele "olá" da praxe que faz recomeçar tudo e começar pelo beijo que faltava, lembro-me de quando me querias desconcertar perguntares-me se hoje já alguém me tinha dito que sou linda, lembro-me de me chamares fera e bruxinha e cobra porque te enrolava nas minhas pernas, mesmo a dormir, lembro-me de dizeres que sabia dançar, que usava cada músculo como queria, lembro-me das conversas à lareira, ou com a porta da varanda aberta a ver o céu que restava para nós, lembro-me de dançar contigo à luz de copos de vinho, sentados no chão enquanto o teu braço nos fazia um só corpo e o balançar era o nosso silêncio a dizer o que as palavras não sabem.
Lembro-me ainda de tanta coisa, tanta coisa onde coubemos sem vergonha e inteiros (ou só eu), como se não houvesse amanhã, porque só havia o agora, e o agora era o nosso mundo, e a música era o silêncio dos olhares que conversavam, e em que as almas que se entendiam.
Quando é que o mundo acabou se ainda há música dentro de mim, mas o agora já era?
...não me lembro... ]
Boa Noite
[...lembro-me de dizeres que eu beijava como quem gosta, lembro-me de dizeres que gostavas quando tinha pressa na vontade, quando a força do desejo se notava nos gestos, lembro-me de dizeres que gostavas de tudo em mim e de ficares a olhar para mim a dizer que eu era linda, lembro-me de dizeres que até da minha gargalhada gostavas e de ficares muitas vezes a olhar para a minha boca enquanto falava, lembro-me de a meio duma conversa qualquer me calares com um "adoro-te" ou com aquele "olá" da praxe que faz recomeçar tudo e começar pelo beijo que faltava, lembro-me de quando me querias desconcertar perguntares-me se hoje já alguém me tinha dito que sou linda, lembro-me de me chamares fera e bruxinha e cobra porque te enrolava nas minhas pernas, mesmo a dormir, lembro-me de dizeres que sabia dançar, que usava cada músculo como queria, lembro-me das conversas à lareira, ou com a porta da varanda aberta a ver o céu que restava para nós, lembro-me de dançar contigo à luz de copos de vinho, sentados no chão enquanto o teu braço nos fazia um só corpo e o balançar era o nosso silêncio a dizer o que as palavras não sabem.
Lembro-me ainda de tanta coisa, tanta coisa onde coubemos sem vergonha e inteiros (ou só eu), como se não houvesse amanhã, porque só havia o agora, e o agora era o nosso mundo, e a música era o silêncio dos olhares que conversavam, e em que as almas que se entendiam.
Quando é que o mundo acabou se ainda há música dentro de mim, mas o agora já era?
...não me lembro... ]
Boa Noite
12 agosto 2014
Cansa-me ser quem serei
Porque em tudo esse outro
Se parece com o que sou.
Cansa-me o adeus de quem nasce.
E a viagem, à nascença, morre de fadiga.
Só a tua lava me lava.
Resto eu em ti
Terra ardendo,
Chão de água e fogo
Abraça-me.
Abrasa-me.
Mia Couto
[Terra ardida,
chão de cinzas que não voam.
Cansa-me ser, cansa-me ainda ser,
Carvão onde era ardente a brasa que me queimou.
Cansa-me já o futuro que serei.
Cansa-me ser a todas as horas,
Cansa-me até o que fui já
e nunca cheguei a ser,
Sou o cansaço que respira
o que não se viveu.]
Boa Noite
11 agosto 2014
Durante o sono retiraram-me uma costela
Ficou-me no peito um vazio que não consigo preencher
Custa-me a respirar
Eu quero de volta a minha costela
quero de volta todas as costelas
Quero de volta o paraíso
quero de volta o silêncio rumorejante
quero de volta as poluições nocturnas
e diurnas
Quero uma mulher
feita de chuva
e vento
e fogo
e neve
e luz
e breu
e não de argila
como eu.
Jorge de Sousa Braga
[... dou-te a minha costela se me levares para o tempo antes do paraíso, e da maçã e de eu ser uma costela tua, de eu ser tua. Antes de tudo, antes de mim; porque o depois é sempre tarde, e é vazio, e torna-se - e torna tudo - em nada.]
... e dito isto, deslarga-me sim??
Dispenso os telefonemas a desejar um bom dia e semana de trabalho, dispenso as mensagens cheias de salamaleques que me irritam e basicamente toca-te pahhh.... a sério é que um dia destes sou gaja para me passar, e isso raramente é uma coisa boa de se ver....
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Tonta...
Melhor dormir se o tempo se faz sem ti
e guardar-te em sonho
até tu mesmo seres noite.
Mia Couto
[Melhor dormir, sim...guardar tudo em sonho até o sonho anoitecer noite cerrada.
Coisa difícil, essa da noite cerrada, quando no céu habita uma lua que hoje dizem mais cheia de si do que o seu costume. Mais altiva e majestosa. Ironia para quem quer cerrar sonhos mergulhando-os na escuridão da noite. Mas escuridão é apenas todo o tempo que se faz sem quem queremos e queremos querer, quem nos faz ser lua brilhante em noite cerrada.]
Boa Noite
09 agosto 2014
..esteve-se bem aqui, com a areia nos pés e o sol a aquecer a pele. Os pés já salgados e bem no chão.
A conversa pára uns instantes, e a olhar o ir e vir do mar pertinho de mim, penso que o que me vai custar é perdoar-me, é desculpar a minha estupidez, a minha crença, o sentir que me sentiam duma forma parecida com o que eu sentia. Devia ter sempre sabido que não era possível, não aquela pessoa e não por mim. Devia sempre ter tido a certeza e nunca duvidado, mesmo quando naqueles silêncios em que os olhares falavam, a pele sussurrava e os lábios mudos gritavam pela outra boca, em ternura ou em desejo, havia de tudo. Mesmo aí, devia saber que era coisa só minha, porque nunca houve atitudes que sequer fizessem adivinhar o contrário, pelo contrário, bem pelo contrário.
E agora com os pés no chão, com tudo o que tenho sabido e visto, saber que tudo era mentira, tudo foi sempre uma qualquer mentira com o propósito apenas de tentar trazer alguém a outro alguém que nunca a pareceu querer realmente, até achar que tudo era um jogo e não podia perder. Há pessoas que se têm em tão grande conta que não podem perder em nada porque são o máximo em tudo, principalmente no que sempre acharam controlado. E afinal sempre acharam bem, não se enganaram, comprova-se. Por outro lado temos alguém que não se importa, e até gosta ao que parece, de o quererem apenas como troféu, como prova irrefutável para toda a gente que se continua e sempre foi, vitorioso. A mim o que me custará é perceber que fui demasiado inocente, demasiado ingénua e sempre demasiado genuína. Fui fraca e burra. Fui apanhada no meio dum jogo que não sabia que se estava a jogar e não teria outra maneira de sair senão mal, magoada e com uma imagem de mim mesma tão fraca, tão enganada. O difícil vai ser perdoar-me, não por quem eu queria não me ter querido o que é o risco de toda a gente que gosta e se entrega, mas por me ter enganado tanto com alguém. Alguém que não se importa de me ter magoado, ou de me continuar indirectamente a magoar, escudado naquele seu egoísmo, do estar a fazer pela vida e os outros que se danem. E nesta história os outros que se danem fui sempre eu. Nunca me deram folga do papel.
Penso isto, e de repente percebo que a conversa já tinha retomado e eu nem ouvia o que me diziam. E agora chego aqui e lembro-me disto mas não da conversa.
08 agosto 2014
...por acaso nunca gostei desta expressão "ele não te merece" ( e se estou farta de a ouvir, senhores!!!... apetece-me logo disparatar, até me fartei de a ouvir na primeira pessoa: "não a mereço"... haja pachorra...), porque na verdade estou-me a marimbar para o que ele merece, o que me interessa é o que eu mereço - sim, sou uma sacana duma egoísta, apedrejem-me - e eu mereço ser feliz;
e se é com aquela pessoa que eu me sinto feliz quero lá saber se tem muitos defeitos
(se gosto dela é porque não me metem muita comichão esses defeitos, só gosto é de os conhecer sob pena de não conhecer a pessoa...),
quero lá saber se quem está de fora acha que eu faço mais por ele que ele por mim, quero lá saber se gosto mais dele que ele de mim
(ninguém ainda parece ter percebido que a melhor parte cabe a quem ama mais, a quem tem a certeza que está ao lado da pessoa da sua vida, que não duvida, e a quem dá tudo, e só por poder dar tudo à pessoa que quer e ama não há nada melhor. Gostar um pouco menos é dar menos, e dar menos é ser menos feliz. Ou eu vejo assim)...
...O que me interessa é que sou feliz ali e ali sinto ser o meu lugar, e quero estar ali, e porra eu mereço.
Se ele merece ou não, são lá contas da vida dele...ele que se amanhe com elas, se não merece faça por merecer, ou perceba duma vez que quem faz a outra feliz merece-a sempre.
... mas espero que venhas a ter o que mereces.
E eu também.
Era bom o mundo se cada um tivesse o que merece.
Muito bom, porque justo.
07 agosto 2014
Estou apaixonada por este Mario Benedetti, pela maneira como sente, a maneira como pensa o que sente, e a maneira como nos escreve o que sente. Está decidido, o meu próximo livro na calha das leituras, espero que a começar ainda antes de férias seja um romance dele que comprei na feira do livro. É rara a tradução da obra dele para português, agora vou ver se é bom em romance, mas nada doce assim pode ser mau. E eu não quero amargar. Mesmo que tenha de cometer erros inadiáveis, como este de que ele fala. Ou talvez o verdadeiro erro seja termos alguém no coração que não nos sai da cabeça, quando esse alguém não nos tem, ou alguma vez teve, no seu. Se calhar é isso.
...farto-me de ouvir... "homens há muitos!!"
"Anda para a frente, ele não te merece..."
já ouvi isto mais vezes do que conseguiria contar o que quer que fosse...
e realmente a foto comprova... homens parece que há muitos..
mas porra!!! onde é que estão eles??
...e mais assim, deste calibre? onde se escondem, e estão todos juntos, é?
Para não terem frio, ou o raio?
Também, verdade seja dita, que destes todos só gosto mesmo do do meio, os outros parecem uns miúdos,
e segundo me constou ele está como eu, gosta de gajos.... 'tá tudo tramado neste mundo, é o que é...
Valha-nos agradar aos olhinhos, pronto...
E um dia cruzarmo-nos com um espécime, que não sendo tão..
...tão... como dizer... bom, o melhor é não dizer, pronto...
...nos possa fazer sentir que nós seríamos sempre a preferida, se não por ser boa todos os dias - ou mesmo só aos fins de semana e feriados e férias -, somos quem os faz sentir bem, temos as parvoeiras certas que divertem os dois e criam a vontade de se estar junto a fazer o que quer que seja, somos o apoio quando apoio é preciso, somos o carinho e a ternura na paz da intimidade que nos regenera e refaz todos os dias, e não sendo boas como as capas de revista, damos-lhes vontade de nos encostarem à parede e eles a nós.
Dizem que homens há muitos... também o outro dizia... "chapéus há muitos, seu palerma"....
é isso, a palerma aqui devo ser eu...
...de resto noutras paragens a fila já andou...
Bom Dia!!
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Bom Dia,
Tonta...
"Às vezes é preciso dormir, dormir muito. Não para fugir, mas para descansar a alma dos sentimentos. Quem nasceu com a sensibilidade exacerbada sabe quão difícil é engolir a vida. Porque tudo, absolutamente tudo devora a gente. Inteira."
Marla de Queiroz
Boa Noite
Marla de Queiroz
[...sim dormir para descansar do mundo de fora e tentar calar o de dentro. Dormir e estar com quem nos faz rir, nos faz bem, nos faz sentir bem e que gosta de nós e de quem gostamos. Entre conversas e risos o passado pesado vai caindo por entre os dedos, mas, às vezes, a meio duma gargalhada, surpreende-nos ainda, e parece que fechamos as mãos para não nos escapar, como se estivéssemos a perder algo valioso, algo nosso. Depois percebemos que estamos só a tentar guardar o que nos apodrece e deixamos de fazer força, e deixamos que livremente o que tiver de cair, caia. Afinal nenhuma mão segura a nossa, para que juntas, em cima desse passado que se guardaria preciosamente embrulhado em amor, construíssem um abraço que não se desfazeria, sem precisar forçar a força da união, deixando apenas cair o que tivesse de cair e nascer o que fosse para nascer. E depois percebemos que o que nos escapa por entre os dedos é também isso, viver o que seria para viver.
Sim, às vezes é preciso dormir - e eu bem preciso - e é o que agora vou tentar fazer, esperando escapar por entre os dedos dos sonhos que não me deixam e me agarram com força há semanas, como se também os sonhos não me quisessem perder, não me libertassem. Mas são meus, e eu é que me perco neles e por eles. Eles sou eu e eu sou eles. Só escaparei deles quando escapar de mim, quando deixar de fechar as mãos para não perder o que nunca foi meu. Às vezes é preciso deixarmo-nos adormecer, entregarmo-nos ao que vier, abrir as mãos e fechar os olhos. Dormir.]
Boa Noite
06 agosto 2014
ahahahhaha..
tá certo, tenho muito que pedalar então,
e primeira mulher... só se for tão mentiroso como o último...
mas está bem apanhada sim senhor!!
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Tonta...
Yes... I think I'm the one...
the one for me!!
Sem perigo de me tirarem o lugar.... não vou ser trocada, traída, ou humilhada,
nada disso, o meu posto está seguro, só vos digo!!
É uma relação a sério esta!!
E mais.... ninguém se mete no meio, essa é que é essa!!!
bahhhhhhh
Bom Dia!!
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Tonta...
05 agosto 2014
Eu a modos que sou uma pijama person, tanto de Verão como de Inverno. De Inverno calças compridas e manga comprida, no Verão calções curtos e coisas de alças... mas o certo é que tenho percebido que há quem aprecie as camisas de dormir e que são mais arejadas e coiso, mais femininas e tal, e vai daí ultimamente meio sem dar conta fui começando a usar afora com o tempo mais quente... e de facto há que concordar é muito arejado, tanto que de manhã acordo com aquilo a fazer de cachecol enrolado quase no pescoço... mas é que de cachecol não preciso com este calor.... o pessoal que é adepto disto é só para ver não é? e para quem usa, ou não se mexe durante toda a noite ou tem muitas dores de garganta de manhã... só pode. Mais vale dormir sem nada... isso além de arejado dá para uma pessoa se mexer à vontade sem acabar de cachecol.
Pronto, era isto.
Bom Dia!
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Bom Dia,
Tonta...
"Matilde esforçava-se por tratá-lo por tu; evidentemente dava mais atenção a esta maneira de falar estranha do que às coisas que dizia. Esse tratar por tu desprovido do tom de ternura não dava prazer algum a Juliao; admirava-se de não sentir felicidade; e, para a sentir, teve de recorrer ao raciocínio. Via-se estimado por aquela rapariga tão altiva e que nunca concedia louvores sem restrições; com este raciocínio conseguiu a satisfação do seu amor-próprio."
Stendhal, in Vermelho e negro
[... Para sentir felicidade teve de recorrer ao raciocínio? Engraçado como pelos vistos a felicidade pode ser pensada, convencida se agradar ao nosso amor-próprio!! Nunca tal me passaria pela cabeça. A felicidade para mim sempre foi sentida sem pensar, senão é talvez contentamento, satisfação. Felicidade não deixa espaço para pensar, não enquanto se sente, depois sim, pode-se pensar e até tentar entender ou justificar, sem grande resultado, provavelmente. Ser feliz talvez seja uma coisa que se possa analisar e pensar porque é um contínuo, estar feliz, sentir-se feliz é uma plenitude que anula o pensamento, talvez por isso seja o estado de felicidade pura.
E eu agora penso que talvez seja boa ideia dormir, porque a ideia de ir trabalhar amanhã não é lá muito boa... Eheh]
Stendhal, in Vermelho e negro
[... Para sentir felicidade teve de recorrer ao raciocínio? Engraçado como pelos vistos a felicidade pode ser pensada, convencida se agradar ao nosso amor-próprio!! Nunca tal me passaria pela cabeça. A felicidade para mim sempre foi sentida sem pensar, senão é talvez contentamento, satisfação. Felicidade não deixa espaço para pensar, não enquanto se sente, depois sim, pode-se pensar e até tentar entender ou justificar, sem grande resultado, provavelmente. Ser feliz talvez seja uma coisa que se possa analisar e pensar porque é um contínuo, estar feliz, sentir-se feliz é uma plenitude que anula o pensamento, talvez por isso seja o estado de felicidade pura.
E eu agora penso que talvez seja boa ideia dormir, porque a ideia de ir trabalhar amanhã não é lá muito boa... Eheh]
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Livros
nota pessoal para a vida inteira:
fugir é muito cómodo.
se arrepender de amar é muito prático.
ficar dói.
amar até a última gota de sangue esmaga o ego.
mas é aí que você nota que a vida vale a pena.
quando você lê teu nome na paz nos olhos e o sorriso nos lábios de
alguém.
que me perdoe a filosofia moderna que quer nos fundir a solidão.
as pessoas não sabem ser par. eu não sei ser ímpar.
Carol Souza, Voraz.
[... será? arrepender-se de amar será prático? ou será uma questão de prática? prática de não arriscar viver e perceber que se está vivo. Se calhar é. As duas coisas.]
04 agosto 2014
(...)
Did you want to see me broken?
Bowed head and lowered eyes?
Shoulders falling down like teardrops,
Weakened by my soulful cries?
(...)
Maya Angelou, Still I Rise
[... não sei porque não consigo fugir, não fui feita assim, não me está impregnado no adn nem no olhar sobre a vida que já vivi ou que que está por vir. Fugir é talvez uma perspectiva das coisas, uma perspectiva fraca de nós perante as coisas, por isso não fugir obriga a inverter perspectivas, enfrentar e fazer da fraqueza que sentimos a força que queremos ter. Não fujo, normalmente de nada, nem de um olhar nem dum caminho, por tortuoso que seja, se eu o achar o caminho certo, é por lá que vou. Não fujo e olho de frente - frente a frente, e ainda arranjo forças não sei onde para insuflar a espinha e, olhando ao nível, parecer que olho na superioridade da dignidade que não encontro nos olhos que me olham, quase medrosos, quase submissos. Estranho as pessoas que se estão sozinhas se sentem assim tão indefesas... Precisam de plateia ou de reforços? Só aí são tão poderosas? E face a isto empino o nariz, sim, porque sou dona dele e não me rebaixo quando me querem pisar, atingir, magoar. Não dou esse gosto a ninguém, só eu tenho todos esses exclusivos, de que uso e abuso, é certo, mas é meu, não o admito a mais ninguém. Não sei onde vou buscar forças, mas quanto mais desfeita estiver mais as forças ressurgem donde não há nada, se me tentam pisar e julgam desfeita. Acho que nunca parecerei tão snob como quando me julgam aniquilada, desfeita, no chão. Reergo-me sem notar que o faço de tanto que me tremem as pernas, mas caminham direitas e sem hesitações, a pisar com o calcanhar, como quem sabe o terreno que pisa. Mesmo que eu saiba que a mais pisada sou sempre eu, não sou mulher de choradinhos, ainda que possa passar noites inteiras a chorar. Escolho quem me pode ver desfeita e não uso isso para que façam o que quero, para ter o que desejo, choro e desfaço-me, mas não o uso para outros fins. Sou dona do meu nariz com propriedade plena, só quero o que me querem dar: não peço, não imploro, não me ajoelho... pelo menos não para isso.
Sou dona do meu nariz, só o baixo para quem quero e quando quero, mas só se me quiserem e eu o sentir.]
Aqui no meio das minhas leituras veio-me esta ideia: há pessoas a quem foi incutido o princípio de terem princípios, só se esqueceram de lhes incutir os princípios.
Deve dar daquelas sensações de se saber que se tem de fazer alguma coisa só não se sabe o quê acerca de nada.
É um bom princípio ter princípios, mas é só um princípio, o fim é tê-los e, assim, saber agir.
E princípios não são obrigações, são pilares.
Honestidade, lealdade, gratidão e respeito - eu diria que são os fundamentais nos seus sentidos latos; tudo o resto resulta ou baseia-se nestes. Até o amor, ou principalmente o amor.
Bom, basicamente tudo em que me falharam nos últimos tempos.
Deve dar daquelas sensações de se saber que se tem de fazer alguma coisa só não se sabe o quê acerca de nada.
É um bom princípio ter princípios, mas é só um princípio, o fim é tê-los e, assim, saber agir.
E princípios não são obrigações, são pilares.
Honestidade, lealdade, gratidão e respeito - eu diria que são os fundamentais nos seus sentidos latos; tudo o resto resulta ou baseia-se nestes. Até o amor, ou principalmente o amor.
Bom, basicamente tudo em que me falharam nos últimos tempos.
(...)
una mujer desnuda y en lo oscuro
es una vocación para las manos
para los labios es casi un destino
y para el corazón un despilfarro
una mujer desnuda es un enigma
y siempre es una fiesta descifrarlo
una mujer desnuda y en lo oscuro
genera una luz propia y nos enciende
el cielo raso se convierte en cielo
y es una gloria no ser inocente
una mujer querida o vislumbrada
desbarata por una vez la muerte.
Mario Benedetti
[...uma vocação para as mãos, para os lábios quase um destino, mas não é precisa escuridão...]
Boa Noite
03 agosto 2014
"Eis a sedução das mulheres desta terra, tal como a senhora de Rênal as descreveu. Não fui amável para ela hoje de manhã, não cedi à fantasia que teve de conversar comigo. Aos seus olhos aumentei de valor. Com certeza que o diabo não perde nada com isso. Mais tarde, a sua altivez saberá vingar-se. Faço com que proceda pior. Que diferença do que eu perdi! Que encantadora simplicidade! Que ingenuidade! Sabia os seus pensamentos antes dela; via-os nascer. No seu coração o meu único antagonista era o receio da morte dos filhos; esse afecto era razoável e natural, agradável até, para mim, que sofria por causa dela. Fui um parvo. A ideia que eu fazia de Paris impediu-me de apreciar aquela mulher sublime.
"Que diferença, santo Deus! E que encontro eu aqui? Vaidade seca e altiva, todos os cambiantes do amor-próprio e nada mais.""
Stendhal, in Vermelho e negro
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Livros
01 agosto 2014
..bom programa.
Precisava disto.
Uma massagem.
Mas de corpo inteiro.
E de me rir.
E de dizer disparates.
E de beijos.
E de festinhas na alma, se alguém o conseguisse.
Quanto cansaço, quantos cansaços, consegue alguém aguentar
e parecer que se mantém ainda de pé?
Boa Noite
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Boa noite
Guarde meu caos em tua pele
e em mim amanheça.
Zara
e em mim amanheça.
Zara
Daqui
[... eu, que hoje sou só caos, não tenho amanheceres guardados em ti.
hoje, ontem e amanhã já não há amanheceres,
já não há sequer a tua pele para me desencaminhar o caos.
Alguém me beba o caos, me coma a pele, me esvazie
e me deixe amanhecer sem mágoas.
Limpa como a manhã fria cheia de espaço para o sol.
O meu sol,
que te aquecia e onde deixaste o teu caos. ]
[... eu, que hoje sou só caos, não tenho amanheceres guardados em ti.
hoje, ontem e amanhã já não há amanheceres,
já não há sequer a tua pele para me desencaminhar o caos.
Alguém me beba o caos, me coma a pele, me esvazie
e me deixe amanhecer sem mágoas.
Limpa como a manhã fria cheia de espaço para o sol.
O meu sol,
que te aquecia e onde deixaste o teu caos. ]
31 julho 2014
...isso, isso!!
E muito e muitas!!!
bahhhhhh
(e agora vou, que hoje já chega.... estou cansada e cheia de fome! )
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Keep calm,
Tonta...
...estou de - rre - a - da!!!!!
Irra, que o dia hoje foi duro, também só me apetece tirar os spatos e ir para ao pé de água, mar preferência...
Dias loucos, mas que ao menos não nos deixam pensar nem parar, ou queríamos que não deixassem, enfim... há coisas que nem na maior confusão deixam de nos invadir e tomar de assalto, mas têm pouco tempo para se deixarem ficar .
Mas ao fim de um dia como hoje concluo que os homens são mesmo uns cachopos, e que devem pensar que toda a gente tem de ser mãe deles, eles fazem merd@ e estão à espera que, como somos mulheres, lhes perdoemos ou sejamos flexíveis, quando percebem que não é assim, e que há quem não ceda... espantam-se. Depois somos umas cabras... até já estou habituada, para outros é foleira e estrábica e mais não sei o quê, além de cabra, estes até são meigos... siga! É a vida.
De seguida toca a meter baixas fraudulentas, psiquiátricas quiçá (onde é que eu já vi/ouvi isto??)... Não querem fazer um determinado serviço, porque olha não apetece, querem escolher o que mais lhes convém, fazem birra, ninguém cede e então... bom, então, como muito bons portugueses que enchem a boca para dizer mal deste, daquele e dos políticos, e da corrupção, e da desonestidade, e de serem roubados... queixam-se do país, de nada funcionar, etc etc... mas é isto que fazem naquilo que está ao alcance de cada um! metem baixa fraudulenta... e pagamos todos. E é transversal - desde as pessoas mais eruditas e cultas à empregada de limpeza. É tudo igual... as pessoas não têm auto-critica? E vergonha na cara já agora, também não? E continuarão a dizer mal de tudo... enfim.
Como se pudessem falar, como se não contribuíssem para a miséria de que se queixam...
Estou cansada!!!
Muito e de tudo, não se consegue mudar o mundo nem as pessoas... eu sei, mas no que está ao meu alcance eu tento, pelo menos tento.
(é por isso que me canso e ando exausta de tudo, principalmente das pessoas, principalmente dos homens... mas eles se aqui vêm é que vão gostar da foto, já sei.)
Até os beijos selvagens são coisa que me agrada,
que sinto falta e que nunca precisaram de ser regados, só desregrados.
Renovam-se, não precisam de estufas, precisam é de vida de desejo, de tesão, de vontade,
e isso rega tudo, são as chuvas do dia a dia que os mantêm,
porque querem continuar a existir, a viver, a ser.
Gosto de coisas selvagens, meio selvagens, vá... pronto
(e havia quem volta e meia me chamasse fera,
só podia ser daí porque de resto fiquei tão domesticada que dá para dar vergonha...)
Boa Noite, selvagem ou não.
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Boa noite
"- Andamos a regar flores de plástico, é isso que fazemos. Temos coisas que não servem para nada. É tudo plástico. E nós regamos essas flores e esperamos que cheirem a coisas boas. Mas é plástico. Temos coisas, em vez de tentarmos ser felizes, substituímos a vida por plástico, a felicidade por plástico e o próprio plástico por plástico. Trabalhamos para regar uma vida destas."
Afonso Cruz
Afonso Cruz
[...plástico, sim talvez... leio isto e pergunto-me qual é, ou foi, o meu plástico. O que andei eu a regar a pensar que era verdadeiro e afinal era plástico, era falso, não era nada. Será que então a minha felicidade era plástico também?... Não, não era, a felicidade não se falsifica, ou se sente realmente, ou não se sente, e eu senti. O que sentimos por verdadeiro é verdadeiro para nós, mas para outros poderá ser plástico. Se calhar é isso. Vejo muita coisa que me parece plástico, que me dizem plástico, mas será? Só quem realmente o sente saberá. Se não se enganar a si mesmo. E quem andar a regar flores de plástico e o sabe, porque o faz? Sabemos que o plástico não cresce, não vive, e se cheira é manipulado para isso, para cheirar a determinada coisa que parece bem, mas para quê? É mais seguro regar flores de plástico porque não morrem, porque na verdade tanto faz que se reguem ou não, porque serão sempre plástico, não passam a flores verdadeiras, selvagens no campo ou de estufa cheias de cuidados. Por muitos cuidados que se tenha com o plástico.
Eu gosto de flores selvagens das que nascem sem se pedir, sem nada fazermos, mas que notamos quando passamos porque são bonitas, porque são reais, porque lutam para se manter. porque têm e representam vida. Gosto de flores do campo, não gosto de estufas e de demasiados cuidados, gosto do que é espontâneo, genuíno e cresce sem pedir licença, gosto do que surpreende e desafia a vida. Gosto dessa força, mesmo que seja frágil e incerta contra a força certa do plástico, que nunca muda e nada oferece. Só se vê, só parece, só serve para se ver e nada mais. Andamos a regar vidas para que se veja, para que nos vejam?? sempre na máxima beleza imutável, e entretanto deixamos passar a vida que é selvagem e sempre muda, sempre cresce, sempre luta, e às vezes morre, mas pelo menos viveu. Pelo menos viveu-se um dia. O plástico serve para os outros verem o que achamos perfeito e gostaríamos de ter, tanto que até regamos para nos enganarmos de que dali algo pode crescer. E entretanto morremos aos poucos porque não somos de plástico.]
30 julho 2014
A sério, não vale a pena, é escusado andar há dias a pôr a tirar, a mostrar e a ocultar. De manhã vê-se tudo e mais alguma coisa, à tarde desaparece, a sério é tão óbvio que chega a ser ridículo, mas pronto. Descansa o espírito, já deu para ver a fatiota toda gira - e por acaso até é, o que é raro eu achar, mesmo que eu não vestisse um padrão que dá tanto nas vistas era giro e ficava bem, porque a criatura é bem posta - a boa disposição e felicidade patente, até deu para ver alguma oleosidade... tsss tsss, aquele brilhozinho não engana (vá a parte do oleosa é a parte que deveria servir para perceber que não somos assim tão piores... mas ao menos somos auto-críticas, coisa que falha a muito boa gente...).... até deu para ficar saber em comentário quem é que tirou a foto e por isso é que não aparece, claro, havia que esclarecer, não se fossem pensar coisas... deu para ver tudo, é escusado andar a pôr e tirar, se bem que sempre mostra a que horas certo despertador deve funcionar.... desaparece tudo...ehehhehe tanta criancice de parte a parte, as proibições e o fazer o contrario e acharem-se todos muito espertos, um pensa que é obedecido e outro pensa que é tão esperto que não é descoberto... enfim pelo menos tem piada a situação... não fosse tudo tão estupidamente triste e postiço e falso e ser tudo uma brincadeira em que todos sofrem e outros ainda aprendem tudo errado com o que vêem... manipulação e acharem-se sempre mais espertos... Mas passemos à frente que esta história cada vez é menos minha com este tipo de jogos e situações ridiculas. Valha-me perceber isso.
... o que uma palavrinha muda...
Um homem ouve "temos que falar" e foge de todas as maneiras que conseguir e encontrar....
acrescentamos uma palavrinha à frase,
de preferência antes - é que assim suponho que nem devem chegar a ouvir o resto... - e deve dar um resultado extraordinário, suponho que sim... tenho aliás quase a certeza absoluta, até apostava um strip de conversa...eheheheh
Só me andam a dar ideias, um dia destes experimento.
E esta é gira, e faz o meu género.
"despe-te, temos que falar, e se não te despires tu, dispo-te eu"..
ehehhehe estou a imaginar, tem piada
Bom Dia!!
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Tonta...
Começo a chorar
do que não finjo
porque me enamorei
de caminhos
por onde não fui
e regressei
sem ter nunca partido
para o norte aceso
no arremesso da esperança
Nessas noites
em que de sombra
me disfarcei
e incitei os objectos
na procura de outra cor
encorajei-me
a um luar sem pausa
e vencendo o tempo que se fez tarde
disse: o meu corpo começa aqui
e apontei para nada
porque me havia convertido ao sonho
de ser igual
aos que não são nunca iguais
Faltou-me viver onde estava
mas ensinei-me
a não estar completamente onde estive
e a cidade dormindo em mim
não me viu entrar
na cidade que em mim despertava
Houve lágrimas que não matei
porque me fiz
de gestos que não prometi
e na noite abrindo-se
como toalha generosa
servi-me do meu desassossego
e assim me acrescentei
aos que sendo toda a gente
não foram nunca como toda a gente
Mia Couto
E por hoje acho que já chega de dia... deitar e dormir seria bom, melhor seria encostar-me e sentir o mimo que me falta, enrolar as pernas noutras e puxar um braço para eu agarrar. Melhor seria, mas dormir sem sonhar e não sonhar acordada se calhar era melhor... "porque me enamorei de caminhos por onde não fui e regressei sem ter nunca partido"... ainda não, ainda não regressei. os sonhos que o sonho sonha não deixam.
Boa Noite
29 julho 2014
Ahhhh... Menino depois não queres que eu às vezes tenha vontade de te bater por escreveres assim e dizeres estas coisas...
...caramba, é mesmo, mesmo, isto.
É tanto assim!! e ainda aqui falta tanto do que é...
que estranheza esta coisa de quanto mais tempo passa mais se percebe que não passa.
Nada passa.
Não dizem que o tempo cura tudo, que o tempo volta a pôr tudo no lugar, como dizia alguém?
o meu tempo deve andar perdido, não deve saber o lugar das coisas para as pôr no lugar... deve ser isso.
...ora aqui está um bom uso para os pares de patins que me deste!!
Bom motivo para brincadeira, e rir ia ser uma certeza... com o jeitinho que tenho para patins...
(apesar de coleccionar pares... ui)
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Tonta...
28 julho 2014
E mais uma vez aqui estou, sentada no degrau da varanda, olho para o lado e lembro-me duma noite em que aqui estavas ao meu lado e eu chateada com alguma coisa a tentar manter alguma distância e tu a aligeirar, a brincar quase a medo, tocas-me sem querer e sabes sempre que noto bem que me tocas e me desmontas, sabes, mas ainda assim lembro-me de estares aqui ao meu lado meio a medo. Não me quero lembrar destas coisas que me fazem sorrir e que me despedaçam ao mesmo tempo por saber que são só minhas, são só memórias minhas. Guardo coisas pequenas, coisas que senti, olhares, toques a medo e às vezes de raspão. A escrever isto estou-me a lembrar de tantos momentos, coisas que me foram boas e ficaram. As coisas que eu gostava. O que me fazia rir e sorrir, e quando me sentei aqui não era isto que pensava, era que é domingo à noite e amanhã começa uma semana nova, mas não sei em quê. Por que é que as pessoas estão sempre a chamar de novas coisas que se repetem sempre? Todas as semanas há uma semana. Nova porquê? Que tem de novo que a anterior não tivesse? O que mudou? Nada, ou eu não vejo. Infelizmente, porque precisava mesmo de algo novo nesta semana nova. Na verdade precisava duma vida nova, mas a vida também é coisa que se vai repetindo todos os dias sem grande cerimónia, e no entanto todos os dias é diferente, tem coisas diferentes. É nessas coisas diferentes que me ponho a pensar, no que vou fazer amanhã, no que queria fazer esta semana, e depois percebo que por muito que pense já sei que amanhã me vai custar cada osso a sair da cama porque, por diferentes coisas que a semana possa ter, a vida é a mesma e não é esta que eu queria. E penso nisto e deito-me para trás e logo me lembro de quando aqui ficámos os dois deitados a olhar lá para fora, a conversar, a rir e a namorar. Percebo então que nada muda, que tudo está na mesma, mas que tudo mudou. Não estás, nem estarás mais, aqui. Mas a vida não é nova e não é de certeza a que eu quero. E amanhã é segunda. Mais uma. Dizem que é nova.
27 julho 2014
"Mostraste-me que havia outra vida, bem menos complicada mas mais rica, mostraste-me que pensar não é sempre melhor que não pensar, e muitas vezes é muito menos útil que sentir.Levaste-me para dentro de ti, entraste comigo dentro de mim. E o teu lugar fez-se o meu lugar. Fizeste um lugar nosso – e eu não sabia que podia haver lugares assim.
Depois sentaste-te, deste-me a mão, ficámos longamente em silêncio. Não porque se esgotassem as palavras, mas porque as palavras não são tudo – há coisas que só se ouvem nos silêncios.
E eu nem sabia como era importante tudo o que mostraste, nem sabia que iria não saber viver sem isso. (Ou não querer. Saber sabemos sempre. O amor, esse, é feito é de vontade.)"
" o amor, esse, é feito é de vontade." vontade de amar o outro, ser amado por ele e amar esse amor que se tem e quer. mas há quem ame e ame o amor que sente mas não seja amado, e quanto a isso não há vontade que sirva. Por muito que se queira, ou por muito que não se queira ver isso.
"Tu não sabes ser jardim, só sabes ser jardineiro."
Frase duma amiga devia eu ter quinze dezasseis anos. E tenho pensado muito nisto. E no porquê disto. Concluo que como me parece que nunca irão realmente gostar de mim preciso que as pessoas precisem de mim, porque assim penso que mais dificilmente me deixarão ir. Mas não é verdade. Realmente as pessoas não gostam de mim, mas das minhas faculdades, do meu tratar delas, mimá-las, arrumá-las um pouco e à bagagem que lhes pesa. Consertá-las, fazê-las crescer enquanto pessoas, se calhar. Depois disto não precisam mais de mim, e então batem asas de mim, uns porque já viram o que tinham a ver, e dizem que aprenderam tanto comigo (obrigada, a sério, é mesmo o que uma mulher apaixonada precisava de ouvir), outros porque ganharam a segurança que não tinham, mas todos facilmente me substituem e vão lá à vidinha deles. Como sanguessugas. E eu, eu só escolho jardins para cuidar e para me dar que realmente goste, e depois fico sem nada, deixo só um jardim arranjadinho para alguém a seguir a mim usufruir. Mas em cada canteiro deixo um pedaço de mim que me falta quando me expulsam. E eu já devia saber tudo isto antes de o pensar e aqui escrever, porque há tanto tempo já que digo que gostar não é precisar, é precisamente o contrário, é não precisar do outro para nada, mas ainda assim querê-lo, porque nos sentimos o melhor que somos e podemos ser com ele. Porque nos sentimos a partilharmo-nos de igual para igual. Sem utilidade nenhuma. A utilidade é subserviente, o amor é tudo e basta-se a si mesmo. O jardim existe sem jardineiro, o jardineiro não existe sem jardim.
...sim, que estou farta de ajudar com as malas dos outros, fossem quantas fossem, muito pesados ou pouco, difíceis de abrir ou não, nunca desisti de ajudar com as malas de quem eu gostava. Aliviar o peso, arrumar a vida passada para ajudar a arrumar a de agora.
Curiosamente nunca se incomodaram com as minhas, se eram muitas ou poucas, se me pesavam muito ou pouco, acho que nem queriam dar conta delas... é mais cómodo.
Dia mais atribulado do que gostaria, mas a noite compensou, e hoje espero que o santinho do bom sono e dos sonhos melhores me assista. Estou mole e cansada e amanhã talvez seja dia de pôr areia num livro, um bikini no corpo e sol na pele num sítio qualquer com pouca fauna e muito descanso. À minha varanda só falta a areia, se não contarmos com a que substitui os miolos em certas alturas. E uma eventual molhadela de patas em água salgada... Logo se verá, não gosto de muitos planos.
Boa noite... Assim o espero...
26 julho 2014
... Não vou tão longe se dominasse os meus próprios pensamentos, quereres e sentires já me sentiria contente, não preciso do mundo todo, só do meu. Se ao menos esse estivesse em ordem e em paz, talvez este café fosse diferente... E eu? Seria a mesma?
(Porque será que eu tenho tantas perguntas?... Olha mais uma...)
... e isto era mesmo o que me apetecia. Na minha varanda, numa esplanada, um sitio com sol e pouca gente. A segunda caneca não se tem, mas paciência.... se conseguir hoje um bocadinho para isto já é bom. Tenho uma lista enorme de livros para ler que ontem cresceu um bocado depois da promoção de 50% da fnac...eheheh ao menos alguma coisa me alegre nesta vida!!
Agora banho que a ronha prolongou-se um nadita...
Bom Dia!
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Bom Dia,
Ronha...
25 julho 2014
"perdoa minha falta de calma em querer, não só te olhar tranquilamente, mas querer apalpar tua falta de serenidade. Eu não sei só te olhar sem te consumir.
Eu insisto em não sorrir ao lembrar de você, mas é inevitável. Meu riso, por ti, tem um balanço com gosto de brisa no mar; e se torna mais frequente e nítido quando vejo o teu nervosismo ao falar comigo.
Menino, deixa eu tentar te ensinar o quão tangente é essa coisa estranha chamada sentir.
Eu só quero teu desassossego bagunçando a minha paz."
Carol Souza, Voraz.
[sim, perdoem a minha falta de calma se não te sei olhar sem te querer consumir, e isso consumir-me a serenidade e os quereres. vejo-te sair do carro, fixo-me no teu pescoço passando pela boca de que fujo, e penso no nervosismo que ainda me derruba quando te vejo e não te posso consumir à la carte e bel-prazer. é tão estranha esta tangente pesada que sinto por ti do sentir da pele e do sentir por dentro da pele. é que sinto tudo ao mesmo tempo, tudo igual, tudo junto. É um querer cheio de quereres diferentes, é uma serenidade que dá e uma inquietação que me dá, que sempre me deste. E agora quero separar tudo e ficar imune. Agora quero saber sentir por fora sem sentir por dentro.]
...isso!!
Eu, fruto proibido.
Proibida.
Só para quem arrisca multas sem pestanejar,
só porque o fruto vale a pena, e não é por ser proibido.
É só porque sim.
Porque sim é sempre a melhor razão nestas coisas.
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Tonta...
....isto sim, era um bom encontro matinal, para começar bem o dia.
Isto sim podia ser vida!!...Em vez desta dor de cabeça que me assiste e este sono que não descola... se ao menos eu dormisse, se não me obrigassem a ver horas de sonhos, ou pesadelos ou o raio, durante a noite era capaz de ajudar. É que sonhar a noite toda com uma festa, mostrarem-nos fotografias fofinhas no telemóvel de fins de semana românticos, e em nada disto sermos parte da história é gajo para chatear.... e pronto acorda-se com uma dor forte na cabeça que ainda não me largou. Andamos a tentar não pensar durante o dia, a enterrar pensamentos e sensações, e a porra do subconsciente espeta-nos tudo em forma de filme, e nem nos podemos levantar da cadeira e pirarmo-nos sem ver o fim.... bahhhhh
Filme era este, assim, ou um cruzar no corredor, ou qualquer coisa boa e que já agora envolvesse a minha pessoa sem ser como espectador... isso sim era coisa para me agradar.....
Bom Dia
24 julho 2014
...é por isso que pode mudar a qualquer momento.
E hoje, afinal, vai ser um dia bom!!
24 de Julho vai passar a ser uma data boa, se tudo correr bem, e vai correr!
Vão acontecer coisas boas que me vão fazer sorrir e repescar-me do meio da confusão desta vida em que já não me sei, em que me perdi de mim e da vida que queria, quando encontrei o que afinal queria na e da vida.
Baralha quando a vida nos mostra e dá a provar o que queremos dela
e depois nos nega o doce como a uma criança gulosa e traquina.
Lavar a memória não compensa... nunca fica limpa.
o beijo compra palavras... há beijos que compram todas as palavras de amor, mas dizem-nas melhor.
vem buscar a tua ausência... ela está a mais, vem e expulsa-a daqui.
Abraça os que amas antes que passem...
...as pessoas não duram sempre, as que amas duram sempre pouco,
muito pouco para todos os abraços que têm o seu nome, que nunca passa.
Boa Noite
23 julho 2014
Outra vez este hospital. Outra porta. Não se sente o mesmo cheiro. Estranha vida que me volta por voltas a pôr aqui, logo nestes dias em que ando a sentir tão presentes pessoas já ausentes. E não se consegue não pensar, não repensar a fragilidade da normalidade da vida. Qualquer coisa a qualquer altura nos pode alterar tudo. Tirar tudo como o conhecemos, ou simplesmente tirar tudo. E sempre se aguenta tudo.
...isto agora caía bem...
caía-me tão bem!!
Estou a precisar dum abraço de corpo inteiro todo de alma...
Mesmo.
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Tonta...
"Antes de ti eu estava cheia de certezas. Plena das minhas convicções.
Antes de ti eu gostei. Mas não amei. Gostei até muito, mas não amei.
E depois de ti? Depois de ti não existe. Quando se aprende a amar não se esquece e não se troca só por um gostar. Ou por um gostar muito. Fica-se eternamente ligado."
Rita Leston
[...sim, fica-se eternamente ligado. Ligações que não conseguimos cortar, coisas a que não sabemos dar nome, ou não queremos nomear, talvez seja difícil conjugar o verbo em voz alta e consciente. Mas deve ser isso, se não se conseguem cortar deve ser amor, o resto, o que se corta, é companhia, com sorte poderá até chamar-se uma espécie de gostar, mas não amar.]
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Maçãs alheias
22 julho 2014
... hoje o dia acordou-me estranha. Fiquei uns dez minutos a olhar para a porta aberta do meu quarto, ainda dentro da cama meio coberta meio descoberta, entre o levantar e o ficar, a perder-me naquela luz da manhã e a pensar em quem não mais sairá por aquela porta, ou voltará a entrar. É uma sensação estranha, deixa-me meio desmoronada e completamente indefesa, sem forças que me levantem da cama nem vontade que me obrigue a fazer alguma coisa. Começo a tentar pensar no que tenho para fazer no dia, pensar no que vou vestir, no caminho com sol até ao trabalho, na música que acompanha a paisagem, nas coisas boas que gosto e me vão mimando um pouco.
Penso em trabalho e dou por mim a pensar em ti, em que me fazes falta, fazem-me falta as nossas discussões, o dizeres-me que tenho o sangue muito quente ainda, que sou muito nova, que tenho de ter calma e diplomacia (diplomacia, eu??? não sei fazer isso e acho que não preciso de aprender...sou teimosa), que não se faz tudo duma vez. Sinto falta de me chatear contigo, de te dizer o que penso mas a última palavra ser tua, a decisão ser tua, e a responsabilidade partilhada, o esforço partilhado. Sempre.
Sinto-me sozinha. Que solidão excruciante, que sensação de vulnerabilidade, fraqueza, fragilidade. Onde estou eu? onde ando que não me tenho nem me acordo?
Sinto-me tão sozinha, nunca pensei que viesses a fazer-me tanta falta, mas fazes. Sinto falta de me sentir protegida e foste, juntamente com o meu irmão, das únicas pessoas que me protegeu (pergunto-me porquê, será que pensam que não preciso, que não quero?), mais por amor ao sangue do que por amor a mim, mas sentia-me protegida, se fizesse asneira tu amparavas e disfarçavas, protegias-me além do teu reconhecido egoísmo, mesmo que fosse depois duma discussão e entre olhares enviesados de parte a parte. Sempre me soubeste frontal e sincera, e como dizias "nariz empinado", mas protegias-me e eu agora queria isso, que me protegessem, que me amparassem, que me ajudassem a levantar, que me protegessem duma vida que não estou a saber viver e que me livrassem de mim.
[quando vi há pouco esta foto apeteceu-me que fosse verdade, que se eu esperar aqui quietinha e bem comportada alguém vai chegar com ajuda. Posso descansar porque vai haver ajuda. alguém me vai ajudar, alguém me vai dar a mão e ajudar-me a levantar. ]
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E agora??;
21 julho 2014
hummm. certo.... correspondido como... por correspondência?
será isso que querem dizer?
deve ser, é que até essa correspondência é dificil quanto mais outra...
.... qual saúde, qual quê...
o pessoal andaria todo doente e moribundo se dependesse dessa coisa do amor correspondido...
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Tonta...
E agora deparei-me com isto, e ficava tão bem a acompanhar o post de ontem na varanda... e depois percebi que também ficaria bem no post anterior, porque o silêncio pode ser uma música: uma música em silêncio, em que só falam as almas, e falam baixinho ao ouvido do silêncio sem o perturbarem.
Há coisas que só fazem sentido partilhar com quem amamos até à loucura.
Aliás, há coisas que por muito que tentemos partilhar se não amarmos até à loucura não são realmente partilhadas, se calhar porque se tenta, e tentar não é espontâneo, não te sai sem saberes que sai, não te leva sem saberes que já te levou irremediavelmente, e é daí que se calhar vem a loucura: a não explicação, a ilógica do que não implica esforço é que é recompensado com essa magia. essa loucura.
Poucos loucos destes, tão poucos...
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Tonta...
Não fui ver. Por um lado tive pena, por outro não tive nenhuma.
Tive pena porque gosto, não tive porque é uma banda especial para mim, não digo das minhas bandas preferidas porque há já demasiadas pessoas a dizê-lo, e porque não sei se será das minhas preferidas, não tenho muito dessas coisas eleitas "preferidas", tenho coisas que gosto, outras que gosto muito e outras que me tocam duma forma funda e me fazem de alguma maneira identificar de tal forma que passam a ser um bocadinho de mim. Como a música dos Portishead a partir do momento que alguém me disse - e que tanto me surpreendeu -, que eu era do género da música deles, que era a minha cara, que era o meu ritmo. E eu fui à procura, porque não conhecia, mas era verdade, e eu sorri com isso - com esse intuir-me, esse ver-me, esse saber-me antes de me conhecer -, como com tantas outras pequenas coisas, que me tocam e se tornam especiais por me tocarem, ou tocam-me porque são especiais, não sei nem me interessa... eu troco um bocado as coisas. E ontem percebi que realmente ainda bem que não fui, porque há coisas especiais que sabem a pouco, e sempre um pouco amargas, quando não são feitas como deveriam, com quem se deveriam, ou serão sempre metades amputadas de qualquer coisa, qualquer coisa de fundamental que lhes tira tanto do sentido, e do serem especiais, tornam-se banais e estragam-se. Há espectáculos que só são um espectáculo quando a companhia nos faz gozar o espectáculo em pleno, e a companhia que era para ir comigo (antes da sua agenda impenetrável o tornar impossível) por muito boa que seja, que é, e que eu adoro, ia-me deixar na mais profunda solidão quando me lembrasse daquela noite em que no chão, em frente a um prato com um mil folhas partilhado e dois copos de vinho, tentei comemorar uma coisa boa, mesmo que dessa maneira pobre, e no chão, e à luz de velas (que não são lamparinas nem coelhinhos atrevidos) e senti uma mão agarrar-me pela cintura num abraço sentado que se dançou à música dos Portishead, peito com peito, cara com cara, respiração com respiração, num abraço quente e apertado e dos mais ricos que me lembro. Para mim foi uma noite boa, feliz, não haveria maneira melhor de comemorar, que mais me tocasse do que aquela, vinda do nada e sem programação, na mais espontânea e verdadeira vontade de estar, de partilhar, de comemorar. E era esta a banda sonora. Esta que é a minha cara, e tem o meu ritmo, e que alguém foi ouvir ao lado de quem escolheu. Que não fui eu. Felizes dos que foram com quem escolheram. Se eu fosse não ficaria feliz, mas amputada. Não iria com a minha escolha para esta banda. Ainda bem que não fui.
[e esta música é das poucas deles que consigo identificar de facto, o resto só identifico o ritmo, a languidez, a sensação quente, a lassidão que se arrasta sem pressa mas com alguma pressão, e não foi esta que foi dançada sentados no chão, disso lembro-me. Tenho pena de não me lembrar qual a música ou as músicas -penso que foram musicas, mas não sei -, estava demasiado abraçada para me lembrar da música que nos acompanhava, mais do que nós acompanhávamos a música, ou assim me pareceu... eu troco um bocado as coisas, é o que é... para compensar a minha falta de jeito em trocar de pessoas, deve ser isso...]
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Música
Hoje a noite está silenciosa, aqui fora não passam carros nem se vê ninguém na rua, e sabe-me bem - ouvir o silêncio. O céu forrou-se de nuvens, aconchegado, devia estar com frio e puxou os cobertores. Não nos deixa ver as estrelas porque tem frio, mas elas estão lá, por mais cobertores com que se cubram, há coisas que não deixam de ser. Mesmo que o céu não seja o mesmo todas as noites, mesmo que algumas estrelas se apaguem, o céu estrelado está lá. Mesmo que com medo do frio. Deixem passar o frio, as mantas sumirem-se e vão ver. Está tudo lá, o essencial está.
20 julho 2014
"She would never look at me the way she looked at him."
(Do filme Proposta indecente)
E ele deixou-a ir. Não a perdeu porque nunca chegou a ser dele.
[e esta frase trouxe-me logo outra que li, há muito tempo já, mas que como tantas outras que li no mesmo sítio, não consegui esquecer nem nada se esforçaram ou fizeram para que pudesse esquecer, e que dizia qualquer coisa como "gostava de ver aquele teu olhar naquela fotografia mas a olhar para mim" e outra "ou se ama ou não se ama e ponto final".
Quem ama e quer ser amado preocupa-se com os olhares. Quem não aceita menos do que ser amado deixa quem não o ama ir. ]
Boa noite
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