Fizeste das minhas costas o teu piano
Dos teus desenhos as minhas curvas
Da minha boca a tua maçã
Dos meus olhos o teu mar
Do meu mundo os teus braços
(...)
26 dezembro 2010
"- Já não me amas, bem sei..."
Era tão bom se uma birrinha com direito a beicinho e tudo resolvesse isso, isto, mas não, nada resolve. Nem o "já", nem o não ser já, ou alguma vez ter sido, na verdade o "nunca", basicamente.
E eu era gaja para fazer birrinha para resolver uma coisa assim, que não se resolve, se ao menos resolvesse...
Não lhe ligo, não lhe falo, não lhe escrevo, porque seria desilusão que iria escrever, que iria aparecer por entre as letras desnudas, e não quero, já chega, não tem culpa de eu me sentir assim, nem de não sentir em si o suficiente para encurtar a lista que vem antes de mim. Tenho pena, queria-o muito, queria acreditar que também me queria, que o que sinto encontrava espelho em si, mas não o sinto assim, e não mo mostra assim. Diz-me que não me quer ver assim triste, mas não me muda a tristeza.
22 dezembro 2010
Hoje descobri, apercebi-me, que há partes de mim que não são minhas, que me habitam por empréstimo. Partes que eu gosto que me fazem rir, querer viver e querer sentir, que me parecem tão minhas, mas que apenas sinto quando estás por perto de mim. Não perto aqui, mas perto cá dentro, perto em mim, quando me aqueces sem saber, quando me fazes sorrir e enlouquecer sem o sonhar sequer, quando me tens e nem me tocas.
Dou por mim a pensar que vou sentir falta destas coisas tão minhas apenas por empréstimo.
Vais levá-las contigo e eu, assim, devolvo-me a ti, em parte, por partes.
As minhas que são tuas, que deixarão de ser minhas, quando deixar de ser tua.
19 dezembro 2010
apetecia-me falar consigo
apetecia-me que aqui estivesse
a dar-me mimo e calor
chego à infeliz conclusão que não quero mais ninguém
que ainda não consigo querer mais ninguém
que só sinto amor e raiva e ódio por si
por mais ninguém
é estranho mas não há nada a fazer
não sei o que mais posso fazer
quero que me abrace
quero muito e não está aqui
e eu não sei o que anda a fazer
só sinto que não me quer, é a única certeza que tenho
e que eu o quero
muito
demais
sinto o seu cheiro e dos beijos fugidos
quero-o aqui e não está
não está ca ninguém
e se estivesse
nao estava, sem saber
12 dezembro 2010
08 dezembro 2010
O cheiro foi-se. Qual perdigueiro, bem o procuro por entre os meandros da tua presença passada, mas já foste, e levaste-te contigo, deixaste-me com pouco de ti por pouco tempo. Foi-se com a água, foi-se no ar que passa e o tempo arrasta, e de repente o meu nariz já não te tem debaixo. Já foste, nunca sei se voltas, quando voltas, como chegarás, como partirás, porque sempre partes e partes-me a cada vez que depois, qual perdigueiro, persigo o teu cheiro quando ele já não está.
06 dezembro 2010
05 dezembro 2010
30 novembro 2010
-hummmm ainda bem.. espaçoso, é? optimo assim cabe lá muita gente...ehehheh... tipo coração T7 ou T8....
-#$@&%#@
26 novembro 2010
-Não...
[e isso também não mudou, meu cabeça de abobora, mas tenho a certeza que já fez o convite a alguém... &%#@%@]
19 novembro 2010
28 outubro 2010
- A Eva beija como se gostasse...
... como se gostasse tudo num beijo.
[é nestas alturas que eu dou graças a deus pelos copos a mais que fazem dizer estas coisas...]
24 outubro 2010
"You, you still have all the answers
and you, you still have them too
and we, we live half in the day time
and we, we live half at night
(...)"
21 outubro 2010
À musica faltar-lhe-ia o tacto
À imagem, a terceira, quarta e quinta dimensão
Ao toque faltaria a essência do cheiro
Ao cheiro faltaria textura
O brilho dum olhar não chegaria
Todas as palavras do mundo não conseguiriam descrever
Que às vezes o mundo pode caber numa cabeça de alfinete
E outras em que não há lugar no mundo onde a cabeça de alfinete caiba
Apenas a memória abarca tudo
Recordações com cheiro, tacto, paladar e banda sonora
Com emoções como linha que tudo liga
Que a tudo dá sentido
E que um alfinete prende
18 outubro 2010
There was a boy
A very strange enchanted boy
They say he wandered very far, very far
Over land and sea
A little shy
And sad of eye
But very wise
Was he
And then one day
A magic day he passed my way
And while we spoke of many things, fools and kings
This he said to me
“The greatest thing
You’ll ever learn
Is just to love
And be loved
In return”
We can talk in circles
Going round in a million ways
And never understand
17 outubro 2010
Quando nos ligam a dizer que precisam de nos dizer uma coisa, e dizem que tomaram uma decisão, que dizem definitiva, parece que algo não encaixa, soa-nos a estranho pela maneira que nos é contado, mas o que é certo é que o dizem, e dizem-no definitivo, mas pedem espaço e tempo, não nos querem ver nem falar. Assim é.
Horas depois essa decisão definitiva torna-se, não só não definitiva, como contrária. Nem por um momento se pensa na pessoa a quem se transmitiu a suposta decisão, nem por um momento se pensa que se lhe foi transmitida em determinados moldes, era porque afinal alguma coisa tocava a essa outra vida. Não, nada, não teve, nem tem importância alguma. E isto sabe-se quando, vários dias depois, se pergunta como está tudo, porque nos apartaram da vida, nos excluiram dela e do que nela corre, a resposta é não tenho nada para dizer, não vou dizer nada agora. Consistente de facto, obviamente a pergunta é uma intrusão, mas mais à frente na conversa, afinal fica-se a saber que a decisão definitiva, com a qual deveria ter a ver porque foi transmitida e pedido afastamento, foi mudada, mas aí, já sem nada a dizer ou anunciar com pompa e circunstância.
Realmente eu não devo ser deste mundo, porque não percebo esta gente que me rodeia, não percebo como podem achar tão pouco das outras pessoas que lhes querem bem e que nunca as desconsideraram assim. Talvez não se apercebam, mas se pensarem, apercebem-se de como as pessoas são tão egoistas, tão à volta do seu umbigo, que se esquecem que existe o resto do mundo, e algumas pessoas em cujo mundo entram, mas só quando lhes dá jeito, porque elas se dão, sem pompa ou circunstância.
14 outubro 2010
Por isso as mulheres aparentemente fortes, independentes, com necessidade sim da sua liberdade e do seu espaço, e que não precisam de homem para fazer o que lhes apetece são encaradas com desconfiança, porque a ligação com base na necessidade, numa certa subjugação, não existe, ou aparenta não existir, o que cria uma imensa insegurança. Hoje em dia as mulheres já não são dependentes do homem, nem financeiramente nem em qualquer outro aspecto (nem mesmo para mudar lampâdas, que aquilo não tem instruções mas é bastante intuitivo), e a única razão porque deveriam estar juntos era não porque são dependentes um do outro, mas porque querem e gostam de estar juntos. Têm prazer nisso, porque estão muito melhor do que com qualquer outra pessoa, ou até mesmo sozinhos, mas em que não servem apenas para preencher a solidão.
Ele não precisa de mim, e eu não preciso dele para adormecer, não preciso dele para comer, não preciso dele para sair, mas preciso dele, muito, para fazer tudo isto muito melhor, para me sentir muito melhor, mais completa, preciso dele para fazer a vida valer a pena, porque essa no fim não se troca.
Gestos que não se têm
Palavras que não se dizem
Um beijo para que não nos inclinamos
O abraço que não damos
Sentimentos que esquecemos de sentir
Distâncias que lembramos de alongar
Tudo fora do lugar
Tudo guardado, fechado, escondido
Negado,
Tão negado que se torna imenso no existir
Fingindo não ser
Pesa-nos o ser
Sonhando não querer
E depois desliga-se, liga-se o modo lúcido e vemo-nos caídos de novo no mesmo remoínho que não controlamos, onde não sabemos como ou onde entrámos, e não sabemos como sair. E apesar de tudo isto, voltamos a dormir bem, finalmente o sono novamente restabelecedor e o espírito mais leve, embora sempre desconfiado do que espreita na próxima curva do tempo. E tem-se medo de tudo outra vez, de saber que se vai passar, algures num futuro perto, tudo outra vez. O vazio, o escuro, o silêncio, o peso dos dias e da vida nos olhos a quererem-se fechar.
12 outubro 2010
-É. Tipo limitador de velocidade...
10 outubro 2010
>> Beijos
Não, mas soube bem. A intenção soube muito bem.
- Não, neste caso é só mesmo bem-me-quer, mal-me-quer.
-ahahah.. esta miúda tem piada, tem cada uma! Tonta.
09 outubro 2010
Hoje só dou música, estou assim, pronto!
Here we are, finally together
holding close, never release this feeling, this moment, my dream is now
I'm loving you,
cause you're beautiful, something in your eyes tells me I have found
love that never dies
I don't have to dream
reality is beautiful in you
I never felt more true
there you are
finally the answer
take my hand
never release the sweetness, the magic, and hapiness I've found in you
...
08 outubro 2010
- Não!!.....
- A sua pele e as patinhas dos gatinhos bebés...
[lembrei-me quando vi a foto, já não me lembrava disto, e acho que havia outra hipotese de que não me lembro, bolas!!]- é isso o focinho dos cavalos. Não sei porquê na altura a coisa soou melhor.... :)
Will you still love me tomorrow
Já agora, e hoje e nos outros dias?...
07 outubro 2010
-Porque gosto. Não posso?
-(#%#/&%) Pode.
- eheh...como é que sabe essas coisas?
06 outubro 2010
Sim, consigo, este post é para si, não sei quando ou se me vem ler, mas suponho que de vez em quando me espreite para tentar perceber como estou. Não sei o que entende do que aqui vê, que deve ler em diagonal, que o tempo é pouco, eu sei, sempre foi (e eu escrevo para xuxu, não é?). Mas não se preocupe, é aqui que ponho tudo o que de mais sombrio me assombra, o que mais me entristece, é onde me refugio do dia a dia que tem de ser, ou tentar ser, normal. É preciso, para conseguir algum equilíbrio minímo, para me ir levantando todos os dias, mesmo quando as noites não são dormidas como devem. Se lê alguma coisa do que aqui vai há-de perceber que me tento agarrar ao que posso, tento racionalizar-me das minhas razões e não das suas, porque não consigo encaixar as suas na minha visão do mundo, e então obrigo-me a olhar para tudo, para o que foi e o que se passou, pelos olhos dos sentidos, do que há, do que se vê, do que se ouve, e tento calar tudo o resto que me grita coisas que sinto mas que são incompreensíveis à razão.
Não sei o que tudo isto foi para si, sei o que foi para mim e o que senti, o que senti até de si, em si, do que parece tantas vezes ter sentido quando revivo na memória tanta coisa boa que foi, mas tento apagar essas sensações, esse pressentir o que sentia, porque não encaixa no fim que deu à história Tenho de perceber o fim para o processar, e para isso não posso acreditar senão no que se vê e ouve, e esquecer os sentidos que sentem mais, mas que nunca justificariam a história assim, mas precisamente ao contrário. Não foi o que aconteceu, não foi o que ouvi e o que me deu a ver. Tudo isto para lhe dizer que estou melhor do que pareço, que não se preocupe, que se preocupe consigo e com o fazer as pazes com a vida, com a sua vida, para que possa aproveita-la o melhor que pode e escolheu. Eu continuarei por aqui, a equilibrar as ideias e os sentires e a conversar consigo, sem falar e sem si.
05 outubro 2010
-...Não, não sabia... :) nem sei como é que se faz isso pelo telefone...mas tenho de aprender que isso parece-me uma coisa útil...
[podia-me ter explicado como é que consegui fazer isso :), lembro-me tão bem de ouvir esta frase, que a oiço ainda, e sei perfeitamente onde eu estava e onde ele estava quando a disse]
-O quê?
-Como foi preciso chegar a esta idade para ver que há na realidade coisas, que dantes pensava que só em sonhos.
-E só, só em sonhos é que são possíveis, na realidade não. Na sua e na minha, não.
04 outubro 2010
- Pare lá com isso e fale comigo agora.
- Mas eu não estou a fazer nada...
- Está está, pare de olhar para o monitor e fale comigo.
- ahahahah, como é que sabe?
- Porque sei, não discuta comigo.
03 outubro 2010
no abismo do coração.
Lá dentro, perdura a graça
do amor, florindo em canção.
O tempo nos aproxima
cada vez mais, nos reduz
a um só verso e uma rima
de mãos e olhos, na luz.
Não há tempo consumido
nem tempo a economizar.
O tempo é todo vestido
de amor e tempo de amar.
O meu tempo e o teu, amada,
transcendem qualquer medida.
Além do amor, não há nada,
amar é o sumo da vida.
São mitos de calendário
tanto o ontem como o agora,
e o teu aniversário
é um nascer toda a hora.
E nosso amor, que brotou
do tempo, não tem idade,
pois só quem ama
escutou o apelo da eternidade.
Carlos Drummond de Andrade, in 'Amar se Aprende Amando'
Eu é que sofro e não gosto, e não posso fazer nada, não sei lutar contra moínhos de vento instalados em cabeças, que na verdade não posso mudar, nem quero, porque fazem parte dele, dessa estranha maneira de ser, e é essa maneira estranha que eu gosto, que me prende e me afasta, que me afastou. Não o quereria mudar e não se obriga ninguém a ver os verdadeiros moínhos de vento.
02 outubro 2010
-Então e ele era giro?
-Não, não era nada de jeito...
-Ahhh então foi por isso que não lhe deu o numero!!
-Foi, claro, foi por isso foi, mas ele tinha um rabinho muito jeitoso...
-A mim nunca me disse isso!!... eu não tenho um rabinho jeitoso???
[ihihih apanhado, tão bem apanhado :)]
Change your heart
Look around you
Change your heart
It will astound you
I need your lovin'
Like the sunshine
Everybody's gotta learn sometime
(...)
[eu já aprendia já...]
01 outubro 2010
-É porque não são de princesa...
30 setembro 2010
- Há coisas que um homem não controla mesmo!!
- É, é, não há nada que um par de estalos não controle, quer apostar?
-Pois, pois, 'tá bem, claro...
-Não me irrite senão eu paro o carro e vou-lhe aí espetar um beijo.
-Tá bem.
[mas não foi só um]
29 setembro 2010
Eu é que lhe queria dar mais, eu é que tinha vontade de o mimar sempre que podia, surpreender sempre que via oportunidade, eu é que por nada deste mundo trocava a tarefa de lhe tirar o peso da voz e do olhar, e não descansava enquanto não o fizesse, mas de uma forma muito egoísta, não o fazia por ele, sempre o fiz por mim, pela alegria que sentia em senti-lo melhor, em fazê-lo rir mesmo quando fechava a cara e alma, e depois se esquecia. Ainda hoje me apetece fazê-lo, não o posso imaginar com a voz que às vezes lhe ouvia, com a falta de ânimo que o consumia às vezes, ou só o cansaço. A minha felicidade era trocar-lhe os humores e as voltas, espicaçando-o e regateando uma gargalhada que teimava em aparecer, mas que não era mais teimosa que eu. Nunca foi.
Lembro-me de lhe dizer que um dia ia sentir mais a minha falta que eu a dele, que ia sentir falta do telefone a tocar ao fim do dia, ou da companhia nas viagens, ou das mensagens inesperadamente ridículas, em que lhe dizia de todas as maneiras que me lembrasse que me lembrava dele, ou só para fazê-lo sorrir a meio do trabalho, ou para lhe puxar as orelhas que mais tarde ia trincar com carinho. Talvez me fizesse mais presente por a presença dele me fazer tanta falta, e a sua ausência me encolher a alma e me escurecer a vida, mas logo a sua presença levava arrastada todo o tipo de ausências que lhe sentia, abarcava-me a vida e devolvia-ma muito mais luminosa, mais doce, mais bonita, ou pelo menos, assim a sentia. Sempre.
Não, de certeza que não sente mais a minha falta que eu a dele. Nunca.
-Eu não quero um carro topo de gama ou uma casa enorme, ou.. ou... eu queria o melhor beijo do mundo todos os dias. [também eu]
27 setembro 2010
Stupid girl
Eu bem gostava de perceber, talvez assim me sentisse completamente conformada. Mas não percebo, por muito que tente, não percebo. Não percebo as coisas como mas dizem, só percebo assumindo que não se gosta, porque no meu mundinho, a coisa mais estúpida que pode existir são duas pessoas que se gostam, que estão bem juntas, que se sentem para lá de bem uma com a outra, que falam quando se olham nos olhos, que falam nas músicas e nos silêncios, e que por uma razão que se diz racional, se separam, e ficam os dois mal, para lá de mal, muito dificil, dizem. Dificil devia ser fazer uma coisa destas, dificil deveria ser ficar junto, se as duas pessoas juntas não estão bem, não o contrário, mas isto sou eu, que sou estúpida. Mas pelos vistos não é dificil, é fácil, é apenas conformarmo-nos que nem sempre podemos ter o queremos, mesmo que seja uma coisa rara, mesmo que seja uma realidade que até se pensava dificil de existir, mas não, deve ser fácil, porque fácil é deita-la pela janela fora, como a beata dum cigarro que já se fumou, e temos de nos conformar que acabou. E anda-se para a frente a fazer de conta que não se viu nada, que não se sentiu nada, que não se perdeu nada. E quem consegue fazer isto é porque não perdeu mesmo nada, eu é que sou estúpida.
26 setembro 2010
25 setembro 2010
22 setembro 2010
21 setembro 2010
O amor não se repete
18 setembro 2010
02 setembro 2010
Não percebes o que digo, não percebes o que se conjugou para dar o que deu.
Se calhar nem sabes o que deu.
O que me deu.
O que eu sinto por dentro.
Não chegas lá.
Porque não sentes e porque não se explica,
Não se explica o labirinto em que me perco,
Em que me abandono de mim, para te encontrar
E me encontro sem me entender.
Não percebes as saudades que ainda são depois de terem sido.
Não percebes as saudades que já são antes de o serem. E tanto.
Não percebes como se tentam matar saudades atrasadas.
E ao mesmo tempo as já antecipadas
Só se pode entender por dentro, sentindo.
E tu nunca vais entender, e vais fugir-me.
Por isso a ansiedade de ti
Por isso a vontade de nós
Deste nós que nunca me chega
E a que nunca chegas
29 agosto 2010
Quero-o para fintar o destino, para me provar empiricamente que felicidade é ter mais e melhores momentos felizes que fazem suportar tão melhor os maus e os assim assim que nos invadem os dias.
Quero-o para falar e para ouvir, e para os silêncios cheios de tudo.
Quero-o para o fazer rir e gargalhar, e sentir a alma nova de cada vez que o faço.
Quero-o para me desvendar com esse seu olhar de que não consigo fugir, onde me perco, sem o conseguir ler por dentro, mas sem me cansar de tentar.
Quero-o para me aquecer os pés e o resto à noite, para me enroscar e me chamar de jiboia, para adormecer e acorda-lo com um beijo que não sente, mas que me faz sorrir.
Quero-o para partilhar conversas à lareira ou o sol na varanda, para sentir o silêncio da lua no seu calor, ou só para o sentir.
Quero-o para sermos nós. Para nós podermos ser um nó cego para os outros, mas apenas certo e muito apertado para nós.
Quero-o para tudo e para todos os nadas.
Quero-o para fintar o destino e ganhar uma vida que não se arrepende de viver, de querer, de sentir.
Chega??
26 agosto 2010
I’ll be your mirror
Reflect what you are, in case you don’t know
I’ll be the wind, the rain and the sunset
The light on your door to show that you’re home
When you think the night has seen your mind
That inside you’re twisted and unkind
Let me stand to show that you are blind
Please put down your hands
cause I see you
I find it hard to believe you don’t know
The beauty that you are
But if you don’t let me be your eyes
A hand in your darkness, so you won’t be afraid
When you think the night has seen your mind
That inside you’re twisted and unkind
Let me stand to show that you are blind
Please put down your hands
cause I see you
I’ll be your mirror
- The Velvet Underground
24 agosto 2010
Só não sei o que queria esperar, se te olhar e não ver nada, se que me olhasses e visses tudo. Tudo o que não vês, ou não queres ver.
Vens amanhã ou depois, ditas que racionalizemos a mente que nos mente a cada fuga do pensamento, a cada curva da memória, mas apenas porque não queres racionalizar-te doutra razão, que mais razão não é, do que sentir sem qualquer razão. Sentir. Só e tanto.
Tenho esperança de não o ver nos teus olhos a dançar e a convidar os meus para um tango mudo que não podemos dançar. A razão não te toca o sentir, ou o sentir não te muda a razão, e são precisos dois sentires sem razão para fazer essa música. Para dançar esse tango, que convidas e recusas.
19 agosto 2010
Que raio me fizeste?
Porque raio o fizeste?
Já não te pensava tanto, já me racionalizava mais, já me habituava a não te ter no hábito.
E agora não sei que faça, que me faça que te faça.
Toda eu te reclamo sem conseguir contraria-lo.
Toda eu te recordo sem ter de muito remexer na memória.
Toda eu te sonho sem conseguir dormir.
Toda eu me engano sem te conseguir acertar.
18 agosto 2010
16 agosto 2010
14 agosto 2010
As provas...
13 agosto 2010
Tu és a lua que ilumina a minha noite escura e tantas vezes o desenho do sorriso que tenho e partilho a essa luz, mesmo que reinando o sol.
Esta coisa estranha que se me entranhou desde que nos tropeçámos na vida e em desgostos de tempos tão próximos, resultou nesta coisa de alma que não explico e nem tão pouco arrependo, mais desgostos de amor viessem para tropeçar e cair nesse Amor maior que é esta amizade de que não abro mão ou coração.
E agora vou dormir que sou muito obediente e tu não me deixaste ir ter com o Zé!! O Zezinho que parecia cheio de vontade de conversa...e disse que desde há sete anos eu estou na mesma, senão para melhor!! Realmente isto não se vê nada por fora do caos que vai em cada um. Ainda bem!
11 agosto 2010
09 agosto 2010
24 julho 2010
18 julho 2010
Estou cansada, cansada de gostar demais, sempre demais de quem gosta de menos e magoa mais. Estou farta de parecer um semaforo intermitente, em que não se sabe se se vai ou se se fica. Estou farta das mesmas faltas sempre, sabendo que magoa muito, pouco ou nada. Tudo é indiferente, a tudo se passa por cima, e no fim estou lá sempre, feita parva, de cara fechada, que sempre tem o dom de abrir, mas nunca de curar as feridas que se enfiam para dentro e raramente saram.
Nunca percebera aquela mania de querer conduzir, como se se agarrasse à sensação de dirigir, conduzir alguma coisa na sua vida, teimando em não ver, não perceber, que ele apenas se levava aonde os outros escolhiam ir, atestava o carro, via a pressão dos pneus, o óleo, assegurava toda a logística, e depois sentava-se ao volante e tinha a sensação que conduzia alguma coisa, quando apenas se transportava a um destino, quase nunca o dele. Por isso obrigara-o a inverter o sentido, ele escolhera o destino ela conduziria. E acabou por adormecer, afinal confiava nela. Nunca se adormece sem confiança, mesmo com o cansaço a pesar nos olhos, e a noite avançada na escuridão, onde agora estavam mergulhados, a caminho de um destino dele. Nunca percebera porque aquele homem não conseguia dizer que não, não conseguia falhar aos outros, como se isso fosse falhar a ele próprio, como não conseguir chegar a tudo e a todos fosse sempre uma falha dele, sem perceber que exigir demais é falha de quem exige. Para ele a falha era dele, e desdobrava-se. Sempre. Para não sentir que falhava. Falhar aos outros era falhar-se.
O céu estava limpo, lindo, com a lua crescente a beijar o horizonte de quando em vez, e a aparecer rendilhada quando se escondia meia envergonhada, atrás das árvores mais altas enamoradas dela. E de novo olhou para ele, agora, velando-lhe o sono e o caminho, revia o enorme homem que era, que sempre vira, que sempre sentira, e um sorriso iluminou a escuridão da viagem, como a lua iluminava a noite. Fez-lhe um carinho, uma festa no cabelo já grisalho. Quando o conhecera ainda assim não era, mas gostava assim, gostava assim ou doutra maneira, gostava dele, e apeteceu-lhe dar-lhe mimo, sem que ele soubesse, sem mesmo que ele sentisse, e pousou a sua mão sobre a dele, ele mexeu-se mas não acordou, como que se sorriu, deveria sonhar, e ela também, sonhava sempre, quase sempre acordada. Tinha uma cabeça que raramente parava, e não que fizesse por isso, só não conseguia calá-la, pará-la, controla-la, sempre a pensar, sempre a sonhar, sempre a tentar não sonhar, sempre a escrever no pensamento tanta coisa que o papel nunca conheceria. Tinha fases assim, e agora andava assim há muito tempo. Sentira-se desabrochar sob o olhar dele, não conseguindo perceber, distinguir, se o desabrochar tinha nascido da sua contemplação, se apenas aconteceu ele estar lá para ver. Mas estava diferente, sabia-o. Assustava-a não saber se para melhor, se para pior...
Finalmente a viagem acaba, ela leva-o ao destino que ele escolheu. Pára o carro. Olha-o. Dorme ainda. Dá-lhe um beijo mansinho, recosta o banco e fecha os olhos.
Ele acorda, dá-lhe um beijo pequenino na testa, e ela acorda.
- Então, chegámos e tu adormeceste?
- Era para ser acordada por ti.- diz ensonada, no meio de um sorriso. Ele abana a cabeça.
- Porque não me acordaste quando chegámos?
- Para não te acordar amor...
15 julho 2010
Tu és aquela lua cheia que nos surpreende o caminho
Que enche o céu quando aparece,
Que nos faz sorrir,
A que nem as nuvens escondem a luz
Não és aquela que quando não está pendurada no céu
Me faz sentir viver na escuridão,
És a mão que me afaga os cabelos quando entro nela,
O olhar que compreende o que não se pode entender,
O sorriso que me defende de mim.
És a que no sal das lágrimas que me escorrem da alma
Encontras sempre algo doce que as seque
És a menina que nunca amarga
És tanto do que gostaria ser
Mas não o sendo
Gosto de te saber sempre pendurada na minha alma.
13 julho 2010
12 julho 2010
08 julho 2010
Daquelas para que se olha e nunca se vê
Tal é a altura do muro que constroem à sua volta
Muros robustos levantados com o tempo
Onde se põem as pedras do caminho
E de argamassa usam-se as mágoas mastigadas
Que cuspidas juntam a solidez das pedras
Muros feitos à prova de tempestades,
Terramotos e à dureza da vida.
Surpreendentemente não resistiram
à leveza duma suave brisa,
morna, com cheiro doce
Não derrubou o muro
Não funciona à força
Esgueira-se por entre os espaços
que não sabia existirem
Entranha-se
E de repente vejo-me presa
duma brisa fechada entre muros.
07 julho 2010
Medo e saudades.
Saudades e medo de ter para sempre saudades.
Medo do hoje e do amanhã
Do viver hoje sem o amanhã,
Sem o amanhã de todos os dias.
É viver de noite sem lua pendurada no céu
Nem estrelas a lembrarem pirilampos
que nos acendem um sorriso.
Uma e outra vez,
Tão perto, que os poderia agarrar e levar para casa
Se eles sorrissem também.
06 julho 2010
05 julho 2010
Há quem não precise destes truques estranhos, como se se tirasse férias de sentir, férias dos cheiros que se cheiram sem entrarem pelo nariz, dos toques que não tocam mas arrepiam a espinha, dos olhos que não se vêem mas que não conseguimos fechar em nós. Este emaranhado de sentidos sem sentir como desemaranha-los...
Só não percebo se são saudades, porque essas apaziguam-se na chegada, e isto que tenho não tem paz, não me dá paz. Sinto-me sempre como se me faltasse alguma coisa, o que deixa sempre aquele travo amargo de ânsia faminta não sei bem de quê, sedenta do que não sei se há. Assim me sinto hoje... Talvez com fome de tempo e sede de afecto.
04 julho 2010
03 julho 2010
José Luís Peixoto, in "A Casa, A Escuridão"
22 junho 2010
17 junho 2010
14 junho 2010
E não não sou injusta, sei que não gostas de escrever, mas sei que só quando estou ao pé de ti é que sinto qualquer coisa que não calas, só aí pressinto coisas que não dizes, mas essas a distância apaga, faz das recordações meras miragens muito, mas muito, enganadoras, mentirosas, sem palavras mentidas.
Só o estar à procura de alguma coisa que me ampute deste vazio, é já tão sintomático da distância que se impõe, da escuridão que se entranha, do silêncio que logo se instala, do frio que estala, que me estala. E isso diz muito, diz o que a balança diria, se lhe perguntassemos. Shhhhhhh
12 junho 2010
diabrete,
sereia,
malvada,
diabo,
fera,
selvagem,
miúda,
bruxinha,
beleza estonteante,
jibóia,
criatura deliciosa,
serpente demoníaca,
princesa...
Ahhh... sim, e biscoito
Alguém tem livro de instruções para seres que chamam a uma mulher estas pérolas???
É que eu fico baralhada!!! Muito.
Não sei se goste, se não goste. Mas rio-me, lá isso rio. E as respostas que arranjo também me fazem rir... às vezes só a mim. :)
10 junho 2010
Espero que faças boa viagem.
Espero que aproveites estes dias para descansar.
Espero que não te esqueças de mim, que tenhas algumas saudades, mesmo que poucas.
Espero que venhas segunda feira e não tragas muitas novidades.
Espero que, se as trouxeres, me digas.
Espero que saibas a falta que me fazes.
Espero que me leias antes de ir.
Espero por ti.
08 junho 2010
04 junho 2010
02 junho 2010
Não sei porquê,
Nem donde nasceu,
Mas aquele olhar assaltou-me
Analfabeta para o ler,
Senti-o aconchegante,
Duma doçura quente
Apeteceu-me entrar nele
Fazê-lo a nossa casa,
O meu lar.
Deitar-me nos seus sonhos,
Embalar-me nas suas músicas,
Encostar os meus medos,
Beber toda a sua ternura
Comer o seu desejo
Descansar a realidade,
Adormecendo na sua luz.
Mergulhar na escuridão
Lançando-me no abismo...
Será tudo isto este olhar?
Ou será apenas
O vazio
A reflectir o meu?
(??)
01 junho 2010
I don't believe in an interventionist God
But I know, darling, that you do
But if I did I would kneel down and ask Him
Not to intervene when it came to you
Not to touch a hair on your head
To leave you as you are
And if He felt
He had to direct you
Then direct you into my arms
Into my arms,
O Lord
Into my arms,
O Lord
Into my arms,
O Lord
Into my arms
And I don't believe in the existence of angels
But looking at you I wonder if that's true
But if I did I would summon them together
And ask them to watch over you
To each burn a candle for you
To make bright and clear your path
And to walk, like Christ, in grace and love
And guide you into my arms
Into my arms,
O Lord
Into my arms,
O Lord
Into my arms,
O Lord
Into my arms
And I believe in Love
And I know that you do too
And I believe in some kind of path
That we can walk down, me and you
So keep your candle burning
And make her journey bright and pure
That she will keep returning
Always and evermore
Into my arms,
O Lord
Into my arms,
O Lord
Into my arms,
O Lord
Into my arms